Durante a posse do novo presidente do Legislativo local, deputado Joe Valle (PDT), e da Mesa Diretora da Casa, nesse domingo (1º), os parlamentares ameaçaram votar o cancelamento do decreto que reajustou as tarifas. Eles exigem do governo um percentual menor. Desafeto do governador, com quem rompeu em meados do ano passado, o vice-governador Renato Santana (PSD) fez duras críticas a Rollemberg. Irônico, disse que ainda não sabia se poderia andar de ônibus nesta segunda-feira. “Gestor que sugere aumento deve ser demitido”, defendeu.
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Esta é a primeira crise política entre o governo e os deputados distritais após a escolha de Joe Valle, em dezembro, para presidir o Legislativo. Em uma acirrada disputa interna pelo comando da Câmara Distrital, Valle empatou em 12 votos com o candidato do governo, Agaciel Maia (PR). Mas ganhou a disputa por ter sido mais votado pelos eleitores em 2014.
Na primeira ação política logo depois de sua posse como presidente, o deputado ameaça suspender o reajuste de ônibus, com o apoio de todos os componentes da Mesa Diretora. Embora esteja em recesso, a Câmara Legislativa vive um começo de ano agitado.
Os parlamentares exigem o cancelamento do decreto com o reajuste da tarifa e a negociação dos novos valores das passagens com a Câmara Distrital. Se Rollemberg não anular o decreto, os distritais ameaçam se auto convocar e cancelar o reajuste. Para isso, precisam de 13 assinaturas de colegas, o que não é difícil para Joe Valle. “Esperamos que o governador atenda nosso pedido para discussão. Caso isso não aconteça, nós o faremos”, ameaçou .
Pelo decreto do governador, assinado no último dia útil de 2016, os valores das tarifas passaram ontem de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares e alimentadoras do BRT (11%); R$ 3 para R$ 3,50 (16%) nas linhas metropolitanas “curtas”; e de R$ 4 para R$ 5 (25%) no restante dos trajetos e do metrô.
Rollemberg e a Mesa Diretora da Câmara Distrital se reúnem ainda hoje para tratar do assunto. Parlamentares federais também se mostraram contrários ao reajuste. O senador Cristovam Buarque (PPS) pediu a suspensão do decreto.
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