O Senado decide neste momento em plenário, em votação aberta e nominal, se o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado de suas funções desde 26 de setembro, continuará a cumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como recolhimento domiciliar noturno e proibição de viagem ao exterior. A votação secreta chegou a ser cogitada por aliados do tucano, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a identificação do voto de cada senador.
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Em jogo, o Ofício 70/2017, por meio do qual o STF ratifica a decisão de sua Primeira Turma em relação a Aécio e submete o entendimento ao Senado. Preocupa tucanos o baixo quórum da sessão plenária – quanto mais baixo o número de presenças de senadores, pior para Aécio, uma vez que ele precisa de pelo menos 41 votos para se manter no posto.
Apenas três senadores se inscreveram para falar contra a decisão do STF: Jader Barbalho (PMDB-PA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Telmário Mota (PTB-RR). Além dos três discursos contra, outros cinco serão proferidos a favor do ofício em que o Supremo comunica a manutenção do afastamento. Primeiro a falar da tribuna foi Jader, que fez questão de anunciar voto a favor do tucano, alvo de diversos inquéritos no STF e um dos principais investigados na Operação Lava Jato. O senador paraense também é investigado no petrolão.
Confira a votação ao vivo:
Também afastado da presidência nacional do PSDB, Aécio foi denunciado ao STF por corrupção passiva e obstrução de Justiça, acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, delator da JBS preso por violar os termos de sua delação premiada. Joesley gravou e divulgou a conversa com o senador, que emprega linguagem chula e xingamentos para criticar diversas autoridades. Aliado do presidente Michel Temer (PMDB), que também foi gravado por Joesley fora da agenda e por isso foi denunciado por três crimes, Aécio é considerado pelo Planalto como peça-chave da manutenção do PSDB na base aliada.
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