Dos oito deputados que exercem mandato pelo MDB do Rio de Janeiro, quatro devem deixar o partido durante a janela partidária que se inicia na próxima quinta-feira (8). O partido sofre com grande desgaste no Rio, após ver os principais comandantes estaduais nos últimos anos, Sérgio Cabral e Jorge Picciani, presos por corrupção. De saída, Altineu Côrtes, Celso Pansera, Pedro Paulo e Laura Carneiro devem se desfiliar já nos primeiros dias da janela partidária. A deputada Soraya Santos, cotada para se filiar ao Partido Progressista (PP), afirmou que só decidirá se sai do MDB nas próximas semanas.
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Incluindo os fluminenses, o partido deve perder entre oito e dez deputados durante a janela. No entanto, a expectativa, de acordo com o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), é filiar na legenda a mesma quantidade de parlamentares dissidentes nesse período.
A imagem do MDB no estado do Rio está desgastada após as sucessivas denúncias de corrupção e prisão dos principais comandantes fluminenses da sigla, o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani. Cabral, preso desde novembro de 2016, é réu em 21 processos e já foi condenado cinco vezes. Somadas, as sentenças aplicadas ao ex-governador ultrapassam 100 anos de cadeia.
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Já Picciani foi preso em novembro do ano passado na Operação Cadeia Velha, junto com os também deputados estaduais emedebistas Edson Albertassi e Paulo Melo. Eles são acusados de formar uma organização criminosa estruturada na década de 1990 e liderada por Cabral. Entre os setores saqueados, revelaram as investigações, estão as áreas da saúde e dos transportes.
De saída
Côrtes e Laura voltarão a partidos aos quais já foram filiados em algum momento de suas trajetórias (PR e DEM, respectivamente). Pansera anunciou que voltará ao PT após 26 anos, e Pedro Paulo deve ir para o PP.
Já os deputados Alexandre Serfiotis, Zé Augusto Nalin e Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, continuarão no MDB. A bancada fluminense do partido tem ainda o deputado Celso Jacob, preso na Papuda desde o ano passado. Condenado por falsificação de documento e fraude em licitação, Jacob ainda não foi oficialmente afastado do mandato.
Para Côrtes, que voltará ao PR, o problema não é a desmoralização do partido, mas o “excesso” de candidatos pela sigla no estado. “O pessoal está vendo que tem muitos candidatos no MDB. E candidatos que fazem parte do governo do estado. Então, se esses candidatos têm, vamos dizer, uma estrutura política maior que os deputados, esses deputados ficam preocupados. Essa é a maior questão”, afirmou ao Congresso em Foco.
Líderes do MDB conversam com deputados de Pernambuco e de São Paulo no sentido de convencê-los a ingressar no partido na janela deste ano. A deputada Maria Helena (PSB-RR) é cotada para ir para a sigla, mas afirmou que só decidirá sobre uma possível saída no início de abril.
Fora do Congresso, outro de saída da agremiação é o ex-prefeito Eduardo Paes. Apesar de já ter a inelegibilidade confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), o ex-prefeito pretende concorrer ao governo do estado e é cortejado por PP e PSDB, seu antigo partido.
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