Em seu discurso (veja a íntegra), Aécio disse que o ato que resultou em sua eleição representava muito mais que uma mera formalidade da legislação partidária. “Entendo-o como um grande reencontro. Um reencontro com nossa história e, por consequência, com nosso destino”, declarou. O senador mineiro atacou o governo Dilma e o PT e defendeu que o PSDB defenda, de maneira mais contundente, o legado do ex-presidente Fernando Henrique.
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“Erramos por não termos defendido, juntos, todo o partido, com o vigor e a convicção devidos, a grande obra realizada pelo PSDB, que representa a base do Brasil moderno! Se o tivéssemos feito, talvez não houvesse espaço para a apropriação do nossa obra por aqueles que antes a combatiam com ferocidade e oportunismo”, avaliou.
“Governo dos amigos”
Em sua fala, Aécio tentou estabelecer um contraponto entre os governos do PT e do PSDB, tanto em relação às ações de governo quanto em relação à ética. “Nunca se viu antes na história do país um nível tão ousado de aparelhamento e compadrio. Este é um governo dos amigos, com os amigos, para os amigos e pelos amigos”, criticou. “Está na hora de mudar o slogan do governo que diz: ‘país rico é país sem pobreza’. O correto seria: ‘país rico é país com educação””, emendou, em alusão ao slogan do governo Dilma.
Com ataques à política econômica dos governos Lula e Dilma, o senador afirmou que o Brasil parou nos últimos anos. “Sem visão de futuro, os governos do PT legaram às novas gerações uma economia doente. Empregos de má qualidade, pibinho atrás de pibinho, uma indústria que ameaça desaparecer, num indesejável e perigoso processo de desindustrialização”, declarou.
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Principal oponente de Aécio dentro do PSDB, José Serra foi recebido com festa pelos militantes. O ex-governador paulista se comprometeu a trabalhar pela unidade do partido. “Vou continuar a atuar em favor das unidades das oposições. Vamos juntos e mobilizados, rumo a 2014”, afirmou.
Segundo Serra, o partido tem obrigação de se viabilizar como uma alternativa de poder. “O PSDB e o senador Aécio na presidência têm o dever de aglutinar políticas democráticas. Tirar o país da sanha autoritária e estagnação da economia promovida pelo PT”, atacou.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que concorreu à eleição presidencial em 2006, também fez um discurso em defesa da unidade partidária. “Trago aqui uma mensagem de confiança ao partido. Se o Aécio quiser, será o mais paulista dos mineiros, porque São Paulo tem um compromisso com o Brasil”, disse o governador.
Despedindo-se do cargo após seis anos à frente do PSDB, o agora ex-presidente nacional do partido Sérgio Guerra pregou a ampliação do leque de alianças do PSDB. “Somos uma grande força na oposição. Se nos unirmos, iremos longe”, pregou. “Faça o partido avançar, faça alianças”, disse o deputado pernambucano em tom de conselho a Aécio. Guerra também ressaltou o legado de FHC e criticou frontalmente o PT. “Esta gente não respeita a democracia, não mede meios legais e ilegais, não tem respeito pela oposição”, destacou. Um vídeo relembrou a trajetória política e a passagem de Sérgio Guerra pelo comando do partido.
Medalha de ouro
Atual prefeito de Manaus e ex-líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio defendeu que o partido mude o eixo de sua política, focando menos em São Paulo e apostando mais em outras regiões do país. “A nossa cara é a do legado de FHC. Nosso compromisso é ser uma alternativa ao governo que está aí”, afirmou. “Vou atuar como um soldado do PSDB. Desta vez, não basta o vice campeonato. É preciso a medalha de ouro”, acrescentou.
Na presidência nacional do PSDB, Aécio terá como principal missão unir o partido e ampliar as alianças regionais para viabilizar sua própria candidatura ao Palácio do Planalto em 2014. “Aécio Neves assume agora o PSDB com aprovação unânime, para fazer com que o Brasil caminhe com ainda mais dignidade e liberdade”, defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, uma das personalidades mais festejadas pelos militantes.
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