Partido com mais deputados eleitos para a legislatura iniciada hoje (sexta, 1º), com 54 representantes, o PT vai dividido para a eleição da Mesa Diretora da Câmara, pleito que tem Rodrigo Maia (DEM-RJ) como favorito – legendas como MDB, PSDB, DEM, PP e PSL, que elegeu 52 nomes em outubro, já anunciaram apoio a Maia. Mesmo na condição de adversário do PT, Maia tem a preferência de alguns petistas quando considerada a alternativa do campo da esquerda, o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), apoiado pelo líder petista, Paulo Pimenta (RS).
Nomes como Paulo Teixeira (PT-SP), Henrique Fontana (PT-RS) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-presidente da Câmara, tenderiam a apoiar a eleição de Maia, dada como encaminhada quando considerados os números dos partidos que o apoiam. A preocupação dos petistas mais experientes, na iminência de vitória do deputado do DEM, é a busca por espaço na estrutura e na própria Mesa Diretora da Casa.
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Uma reunião na bancada petista deve bater o martelo sobre como o partido orientará o voto, embora defecções sejam naturais em uma escolha como voto secreto. Ex-líder da Minoria na legislatura passada (2015-2018), José Guimarães (PT-CE) disse ao Congresso em Foco que há possibilidade tanto de apoio a Maia quanto a Freixo – com a tendência de que este último, adversário local de Maia no Rio de Janeiro, tenha a maioria declarada dos votos petistas.
“Acho que vai mais para isso [Freixo]. Mas nós ainda vamos fazer o convencimento e trabalhar isso”, afirmou José Guimarães, sem descartar a prevalência de Maia.
Ontem (quinta, 31) à noite, antes de mais uma reunião do PT para tentar superar a indefinição, o líder Paulo Pimenta anunciou publicamente seu apoio a Freixo, mas manteve a atmosfera de divisão na bancada. Nenhum anúncio foi feito depois do encontro. “Vamos reunir nossa bancada e, depois, definir uma posição para a presidência da Câmara”, abreviou.
Números
Antes mesmo de o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, anunciar formalmente apoio a Maia – um dos principais fiadores, no Congresso, da reforma da Previdência pretendida pelo governo Bolsonaro –, o PT já se movimentava no sentido de apoiar Maia.
Também ontem (quinta, 31), o PSB resolveu engrossar o bloco de oposição com o objetivo de tentar assegurar espaço e participação na Mesa Diretora. Com 32 deputados, o partido passa a integrar, em parte, o acordo que reúne PT, Rede e Psol e em um grupo de 98 representantes.
Além desse, outros dois blocos parlamentares já foram formalizados na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. O bloco de apoio ao governo Bolsonaro terá 301 deputados e será composto pelos seguintes partidos: PSL (52 nomes), PP (38), PSD (35), MDB (34), PR (33), PRB (30), DEM (29), PSDB (29), PTB (10), PSC (8) e PMN (3).
O segundo maior bloco terá 105 deputados e é composto por PDT (28), Pode (17), Solidariedade (13), PCdoB (10), Patriota (9), PPS (8), Pros (8), Avante (7), PV (4) e Democracia Cristã (1).
Já o bloco de oposição terá 97 deputados e será formado por PT (54), PSB (32), Psol (10) e Rede (1).
Dois partidos não integram qualquer bloco: Novo (8) e PTC (2).
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