Os senadores elegeram nesta terça-feira (27) Omar Aziz (PSD-AM) presidente da CPI da Covid e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Participaram da votação, presencial e secreta, apenas os onze membros titulares da comissão.
A eleição oficializa a instalação da CPI e de acordo costurado nos últimos dias sobre quais parlamentares assumiriam o comando do colegiado. Liberado pela justiça para assumir a relatoria, Renan Calheiros (MDB-AL) foi confirmado no posto pelo presidente Omar Aziz.
Anúncio foi feito pelo presidente da comissão parlamentar de inquérito e representa derrota para o governo.
Nas próximas horas o emedebista apresentará um plano de trabalho inicial para que os demais integrantes façam sugestões e, então, aprovem o roteiro. Ex-ministros da Saúde devem ser os primeiros a serem ouvidos.
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Em sua primeira fala enquanto presidente, Omar Aziz agradeceu a confiança dos senadores e disse querer fazer um trabalho transparente, “literalmente técnico”. “Nós estamos há mais de duas horas aqui discutindo e existe uma apreensão muito grande aqui para que a gente tome decisões equilibradas, coerentes e que possam ajudar o Brasil a melhorar essa questão da pandemia. Tenho certeza que o debate será proveitoso, que essa CPI levará uma esperança maior na aquisição de vacinas, de kit, de tecnologia para que a gente possa dar uma esperança a milhares e pessoas. Não dá pra gente discutir questões políticas em cima de quase 400mmil mortos, eu não me permito fazer isso.”
PublicidadeJá o senador Randolfe Rodrigues lembrou os senadores vítimas da covid-19 e pediu que os colegas dediquem o trabalho da comissão em memória deles e das mais de 300 mil vítimas da pandemia no país.
“Quero agradecer a confiança que recai sobre nós, a mim, ao Omar e ao relator Renan Calheiros, as enormes responsabilidades assim como os demais membros. Nenhuma CPI na história do país tratou diretamente sobre o impacto da vida e da morte de brasileiros e brasileiras. Essa CPI inicia sobre o espectro de mais de 300 mil brasileiros que perderam a vida, de famílias enlutadas, que isso inspire nosso trabalho aqui. Nenhuma CPI investiga pessoas, investiga fatos que devem levar às pessoas, aquelas foram responsáveis pelos fatos. O objeto da CPI é investigar ações as omissões e seus fatos conexos”, disse.
Embora eu tenha sérias diferenças com o “credo” de Randolfe e seu partido, é inegável que ele será extremamente valioso no sentido de tentar garantir a lisura da CPI. Deposito nele a esperança de que essa CPI identifique claramente as responsabilidades de cada um, para que o MP possa dar o devido encaminhamento. Resta esperar que sua postura crítica encontre eco nos demais membros da CPI e que ele não se torne o “ponto fora da curva”.
O bozofascismo está ficando sem argumentos. Não conseguem mais impedir o avanço da democracia.