Em palestra na Câmara para os deputados e senadores, o internacionalmente famoso historiador Yuval Noah Harari declarou que o Brasil e outros países emergentes, precisam se unir em cooperação internacional, caso contrário, ficarão para trás, terão altas taxas de desemprego e serão exploradas pelas grandes economias mundiais.
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Segundo Harari, os países mais atrasados tecnologicamente deveriam ter o maior interesse em frear o desenvolvimento tecnológico mundial, caso contrário, em pouco tempo, o desenvolvimento da tecnologia nas maiores economias mundiais permitirá com que países menos desenvolvidos sejam explorados. “Os países atrasados tem o maior interesse em impedir o desenvolvimento tecnológico global”, afirmou o historiador.
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Para ele, os guardiões da tecnologia e da ciência de dados, poderão controlar economias de outras nações, sem precisar entrar em guerra. O simples fato de ter acesso aos dados dos cidadãos de outro país, será o suficiente para controlar este mercado.
O intelectual alerta que o Brasil, por exemplo, sozinho, não terá forças para entrar em um embate direto contra o resto do mundo. Porém, caso o país se una com outras nações como Argentina e Itália, as chances de fechar acordos com este fim são maiores. “O Brasil sozinho não vai poder regulamentar o fluxo de dados mundiais. É muito difícil competir com países como China e Estados Unidos. Mas se o Brasil pertencer a um bloco com países como Argentina e Itália, aí talvez consiga”, afirmou Harari.
Outra maneira de evitar este cenário é treinando as pessoas a aprender. “Não proteja empregos, proteja as pessoas. O pensamento dos sindicatos do século XX era ‘temos que proteger os empregos’. Mas no século XXI vai ser muito difícil manter os empregos como estão. Então precisamos treinar as pessoas para aprender. Vamos precisar de novo método de ensinar os adultos no século XXI”, afirmou o historiador.
PublicidadePara explicar o motivo do impacto, Harari utilizou o exemplo de um caminhoneiro. Em pouco tempo, segundo o historiador, não será mais necessário a contratação de motoristas, pois esta função será automatizada. Sendo assim, o que o país precisa aprender é a treinar este caminhoneiro a trabalhar com ciência, com dados, com tecnologia.
Países desenvolvidos, terão os melhores profissionais, os melhores cientistas de dados, e oferecerão para as pessoas que não conseguiram aprender as novas profissões que surgirão, trabalhos como de garçom, por exemplo. Já em uma nação em que a maioria da população não terá acesso às habilidades exigidas para se manter atualizada com a tecnologia internacional, a taxa de desemprego será altíssima, levando a economia do país ao colapso.
Quando questionado sobre a velocidade em que tudo isso acontecerá, Harari afirmou que será muito rápido. “O cenário será pequenas mudanças até 2025, maiores mudanças até 2035 e ainda maiores mudanças até 2045 e só tende a crescer”, disse.
Quem é Harari
O escritor e professor Yuval Noah Harari, é um dos pensadores mais influentes da atualidade. Historiador, filósofo e autor de livros como “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade”, “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã” e “21 Lições para o Século 21”, Harari é atualmente professor do Departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém. Seus livros já venderam 20 milhões de cópias em todo o mundo. Ele também atua como conselheiro de governos de diferentes nações e já contribuiu com várias organizações de forma voluntária.
Modernizar
As palestras serão destinadas a deputados, senadores e autoridades convidadas. Os eventos terão uma programação que visa debater soluções para o futuro e garantir a diversidade de pensamento. Entre os temas, estão aspectos da nova democracia, combate à desinformação, inteligência artificial, internet das coisas e cidade inteligente, propriedade de dados, bioengenharia, oferta de empregos, alimentação e envelhecimento da população.
O Modernizar está alinhado com a visão de futuro do planejamento estratégico da Câmara dos Deputados para o período de 2012-2023, a qual prevê que a Casa busque consolidar-se como centro de debates dos grandes temas nacionais e globais, de forma moderna, transparente e com ampla participação dos cidadãos.
*Com informações da Agência Câmara
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