O presidente Jair Bolsonaro decidiu agir pessoalmente em prol da aprovação da Medida Provisória 870, da reforma administrativa, e chamou senadores de seu partido, o PSL, para uma conversa no início da tarde desta terça-feira (28) no Palácio do Planalto. Ele quer evitar que o líder da legenda no Senado, Major Olímpio (SP), e as senadoras Juíza Selma (MT) e Soraya Thronicke (MS) votem a favor de alterações no texto que chegou da Câmara e devolvam para o Ministério da Justiça o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Mais cedo, o presidente enviou por meio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), um pedido a sua base aliada de não fazer mudanças no texto. Isso porque a MP vence na próxima segunda-feira, dia 3 de junho e, caso seja alterada, precisará retornar para análise dos deputados, o que abre um risco de que ela perca a validade. A carta do presidente também estava assinada pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sérgio Moro.
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Além disso, o próprio Moro, principal interessado em ter o Coaf na Justiça, telefonou mais cedo para Olímpio pedindo que ele não votassem pela mudança. Embora o ex-juiz fizesse campanha para ter o conselho sobre sua guarda, sabe que perder a MP causaria um caos administrativo na gestão.
Bolsonaro já vinha mandando recados desde semana passada, quando afirmou em sua live semanal no Facebook que preferia deixar a MP passar sem mudanças no Senado para garantir a estrutura administrativa. Ontem, o porta-voz voltou a expressar a opinião do presidente.
Responsável pela articulação política com o Congresso, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também tentou reverter o posicionamento da base aliada ao governo. Major Olímpio e as duas outras senadoras do PSL, assim como outros senadores que se alinham ao governo vinham demonstrando resistência.
Foi aí que o presidente foi convencido, ao longo da manhã desta terça, a agir pessoalmente.
A alteração da MP como foi aprovada na Câmara, com o Coaf na Economia, e passando o órgão para a Justiça, será motivo de um destaque a ser apresentado pelo Podemos.
Com a intervenção do presidente, a expectativa é que os senadores desistam de votar a favor da mudança. Acredita-se em um placar apertado, onde esses três votos do PSL podem fazer a diferença.
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