O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse em audiência virtual com deputados e senadores que a privatização do banco estatal é necessária frente às mudanças da atividade bancária no mundo e à incapacidade de uma gestão pública se adequar a essas transformações. “Estamos passando por uma revolução no sistema bancário”, afirmou ele, citando o sistema de open banking e a explosão de fintechs.
Segundo Novaes, essas mudanças exigem uma adaptação do banco, cuja efetividade ele questionou devido às amarras do setor público. “A minha dúvida é se com as amarras que nós temos no setor público nós vamos ter velocidade de transformação que nos permita uma adaptação a esse novo mundo.” O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com participação do governo federal em 50% das ações.
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Apesar de mencionar a eficiência do banco e a qualificação do quadro de funcionários, ele afirmou que o banco “concorre com os outros bancos com bolas de chumbo amarradas a seus pés”. Segundo ele, as decisões demoram muito a ser tomadas porque precisam passar por diversos órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), o que impede a agilidade. Além disso, ele disse que a política de pessoal é travada, com necessidade de realização de concursos públicos, dificuldade de demissão de maus funcionários e falta de mecanismos para premiação dos bons empregados.
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“Vamos fazer do Banco do Brasil uma corporation, com muitos sócios. Essa gestão, essa administração que está aqui vai ser quase toda aproveitada”, disse. Na visão dele, a privatização não é uma questão ideológica. “Vai ser muito melhor para o Banco do Brasil se ele puder ser privado. O governo ainda vai ter uma participação grande”, disse.
Rubem Novaes foi ouvido nesta segunda-feira (8) pela Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à covid-19 para falar sobre as medidas adotadas pelo banco durante a pandemia. “Não é um momento fácil para ninguém”, disse ele em sua apresentação inicial. Ele afirmou que o sistema bancário não vive um período de tranquilidade e sofre junto com a clientela.
PublicidadeDemanda por crédito
Novaes disse, ainda, que há “demanda dos desesperados” por crédito, que ele considerou não ser saudável. “É uma demanda dos desesperados – não para produzir, para vender, para investir. A gente procura atenuar isso com programas governamentais. O Congresso tem ajudado muito nisso, aperfeiçoando programas”, disse Novaes.
Segundo apresentação feita aos parlamentares, o banco já liberou cerca de R$ 137 bilhões em crédito para auxiliar a economia durante a pandemia de covid-19. Destes, R$ 80 bilhões foram destinados a empresas, R$ 33,8 bilhões foram desembolsados a pessoas físicas e R$ 23 bilhões direcionados ao agronegócio.
Sobre o atendimento por meio das agências bancárias, Novaes informou que 98% delas permanecem abertas, com a adoção de medidas de segurança. Há horários especiais para grupos de risco e priorização em sala de atendimento. “O banco está preparado hoje para enfrentar as dificuldades do momento”, disse ele.
Presidida pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO), a comissão é formada por seis deputados e seis senadores. O objetivo é acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à emergência de saúde pública de importância internacional relacionada ao combate ao coronavírus.
Em audiências anteriores, a comissão já ouviu os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni; além do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães; do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida; e do diretor-executivo do Instituto Fiscal Independente (IFI).
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Banco é o melhor negócio do mundo e gera altíssimos lucros.
Se um país tem um banco sua grande rentabilidade ajuda a reduzir dívidas do estado.
Se desfazer disso é, com certeza, pilantragem.