Após a última pesquisa do DataFolha, parlamentares apontam que o aumento de rejeição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tende a piorar. Divulgada na última quinta-feira (16), a pesquisa mostra que a avaliação de Bolsonaro chega a 53% de ruim ou péssimo, ante 51% em julho. 24% consideram o governo regular, o mesmo da última pesquisa. E 22% consideram Bolsonaro ótimo ou bom, ante 24% da pesquisa anterior.
Além dos novos índices de rejeição, a pesquisa também aponta que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem larga vantagem sobre Jair Bolsonaro na disputa presidencial do ano que vem tanto no primeiro como no segundo turno. Na simulação de segundo turno, Bolsonaro perde em todos os cenários aferidos, para Lula, Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
Parlamentares ouvidos pelo Congresso em Foco afirmam que o próprio chefe do Executivo é o responsável pelos números e que a tendência é ter números cada vez piores.
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“Os números das pesquisas refletem os números ruins do governo. A questão central é a economia, a diminuição do poder de compra dos brasileiros, o aumento significativo da energia elétrica… isso faz com que os números do governo naturalmente os números eleitorais do Presidente da República tenham uma queda. A tendência de que o presidente, pela maneira como está indo, tenha números cada vez piores, disse o deputado Aliel Machado (PSB-PR).
A vice-líder da oposição na Câmara afirmou que tal hora os apoiadores tomariam conhecimento de que “criar problemas” não “enche barriga”.
“O presidente Bolsonaro é o principal responsável por esse nível de rejeição. Não trata dos problemas reais do Brasil: desemprego, fome, alta na gasolina, gás de cozinha, energia, cesta básica… Uma hora as pessoas iriam perceber que o comportamento dele, de criar problemas com todos, não enche a barriga do povo”, afirmou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC).
A pesquisa foi realizada de 13 a 15 de setembro, após os atos realizados pelo presidente no feriado do 7 de setembro e entrevistou 3.667 eleitores presencialmente em 190 cidades do país. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) também atribuiu as novas avaliações do presidente aos efeitos da crise econômica.
“A maior queda do presidente foi entre pessoas que ganham até 2 salários mínimos, os mais pobres, que são os que mais sofrem a inflação e o desemprego. A queda entre os evangélicos também é consequência disso. Os cristãos evangélicos são majoritariamente de origem humilde, famílias que estão com dificuldade para pagar as contas, que estão gastando mais do que podem no mercado. Bolsonaro também caiu no Norte e no Centro-Oeste. O que vemos nessa pesquisa é a erosão do apoio de grupos que sempre estiveram com o governo”, disse.
Para o vice-líder da minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PDT-PR), fica cada vez mais difícil para o presidente Jair Bolsonaro reverter a sua situação até as eleições.
“Historicamente, a se a gente analisar as eleições de 1986 para cá é muito difícil a pouco menos de 10 meses 11 meses da eleição alguém com esse índice de rejeição conseguir virar no processo eleitoral.!, avalia o parlamentar paranaense. “Claro que é possível, mas os instrumento do governo, ao que parece , são poucos agora. O governo aumenta o IOF, uma receita de menos de 3 bilhões, e faz toda uma pressão para ter um recurso do precatório para investir na área social. Só isso. Será que é isso que vai reverter esse cenário? Chegou no momento que se continuar nesse ritmo a dificuldade dele é muito grande.”
Fundo do poço
De ferrenhos aliados a atuais desafetos de Bolsonaro, os deputados Junior Bozzella (PSL-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) engrossam o coro dos que acreditam que as sucessivas quedas nas pesquisas já eram esperadas e podem representar um caminho sem volta.
“O Bolsonaro vai ser conduzido com incomparável maestria pelo Brasil para o fundo do poço! A cada nova pesquisa fica evidente que o povo brasileiro está absolutamente saturado do governo incompetente e perigoso de Bolsonaro”, dispara o parlamentar paulista que já declarou que jamais acreditou que o governo seria tão ruim. “Sem sombra de dúvidas o discurso autoritário do presidente no 7 de setembro e as novas ameaças ao STF e à democracia tiveram uma contribuição importante. Paralelamente a isso, as novas citações ao nome dele e de familiares em casos de corrupção e rachadinha contribuíram para que uma nova parcela rejeitasse esse governo, isso sem falar na alta desenfreada do preço da gasolina, gás, cesta básica, luz, inflação e desemprego. ”
Para a ex-líder do governo na Câmara, a deputada Joice Hasselmann, os números mostram que Bolsonaro é o “maior estelionato da história.”
“Absolutamente previsível se derretimento do atual presidente da república. Os índices dele já tem aprontado isso algum tempo e, aos poucos, as pessoas começam a entender que ele é uma fraude”, dispara a deputada. “Na medida que as pessoas vão entendendo isso, tanto pelo comportamento do presidente, pelas declarações, quanto nos impactos do desgoverno dele na vida das pessoas, na geração de mais pobreza, mais desempregados, as altas dos preços da de alimento, combustível, gás, tende a crescer esse derretimento, essa desaprovação ao governo de Bolsonaro.”
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