O Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu o afastamento de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares. Funcionários o acusam de assédio moral, discriminação e perseguição ideológica. O órgão também pede indenização no valor de R$ 200 mil por danos morais.Relatos de 16 servidores e ex-funcionários da instituição foram revelados pelo Fantástico, da TV Globo. Segundo a reportagem divulgada no domingo (29), o pedido foi protocolado pelo MPT na sexta-feira(27).
Nos depoimentos coletados, os entrevistados relatam ataques racistas vindos de Camargo, que discriminava os servidores por seus cabelos, e ordenava que a”máquina zero obrigatória para a negrada”.
Funcionários dizem ainda que foi instituída uma “caça aos esquerdistas”, momento em que passaram a ser perseguidos por sua ideologia política, o que resultou em humilhações e demissões. Um ex-diretor da Fundação Palmares era chamado de “direita-bundão” por não demitir servidores considerados de esquerda.
A reportagem aponta que as investigações tiveram início em março deste ano depois de várias denúncias protocoladas no órgão por perseguição ideológica. Segundo Paulo Neto, procurador do MPT do Distrito Federal encarregado da ação, destacou que “há relatos de trabalhadores que desenvolveram síndrome de pânico, que tinham ansiedade, que pediram para sair da Fundação, servidores concursados, em função do clima degradado e em função da discriminação praticada”.
O Ministério Público do Trabalho concluiu que o assédio moral praticado por Sérgio Camargo “contaminou o ambiente de trabalho” além de “instaurar um clima de terror psicológico” na Fundação.
Um dia antes da divulgação da matéria, Sérgio Camargo foi ao Twitter para dizer que o jornal publicaria uma reportagem “criminosa” para atacá-lo. “Todas as perguntas que encaminhou à chefe de Comunicação da Palmares são caluniosas e difamatórias”, escreveu. Afirmou ainda que “orgulho do cabelo é ridículo para o negro” e negou as desqualificações de sua parte em razão da aparência de seus servidores.
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