Edson Sardinha e Tiago Rodrigues
Pela quarta vez desde maio, milhares de manifestantes se concentram nos arredores da rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, e seguiram pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A exemplo do que ocorreu em outras centenas de cidades no país e no exterior, o ato também pregou a defesa da democracia, a volta do auxílio emergencial de R$ 600 e a vacinação em massa.
O vermelho das bandeiras dos partidos de esquerda e centro-esquerda ganhou expressiva companhia do verde e amarelo. Cores essas assumidas por militantes defensores de Jair Bolsonaro como símbolo de patriotismo. Unidades da bandeira nacional eram vendidas por ambulantes ao longo dos principais pontos de concentração. Alguns manifestantes usavam camisa da seleção brasileira de futebol.
“As cores do Brasil não são de Bolsonaro, são do povo brasileiro. Vamos adotar o verde e amarelo, da pátria”, disse ao Congresso em Foco o manifestante Adilson Nunes de Lima, que carregava uma bandeira nacional sobre as costas. Os organizadores do evento anunciaram que quase 20 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar do Distrito Federal, no entanto, não fez estimativa.
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Também presente ao ato, Inês Vargas defendeu o uso de um dos principais símbolos nacionais nos atos contra o presidente da República. “Temos de resgatar a nossa confiança no país. Não podemos deixar que nossa bandeira seja tomada por genocidas, fascistas e negacionistas. A bandeira é nossa, é do país, é do povo brasileiro, não é de facínoras”, afirmou.
Discurso semelhante foi adotado por Bruna Garcia: “Nossa bandeira traz toda a diversidade do país. É nossa, é do povo. Venho junto com os meus lutar para termos um país com soberania popular, que funcione para todos”.
Além do verde e amarelo, o vermelho também se fez presente, por meio de bandeiras de partidos como o PT, o PCdoB e o Psol, de movimentos sociais, como o MST, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Também se destacaram balões da Força Sindical. Militantes ligados à defesa de LGBTs e povos indígenas e ambientalistas também engrossaram o coro contra o governo na Esplanada.
Manifestações contra Bolsonaro foram registradas em todo o país e também no exterior. De acordo com a Central de Movimentos Populares (CMP), que organiza as ações deste sábado, foram marcados protestos em mais de 400 cidades e 15 países.
Atos contra Bolsonaro se espalham por mais de 400 cidades e 15 países
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