A provável indicação de Renato Feder para o Ministério da Educação irritou parcelas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Entre os insatisfeitos estão os evangélicos e a a ala ideológica, que segue as ideias do escritor Olavo de Carvalho. Tão logo a nomeação foi apontada como possibilidade, a “ala ideológica” de bolsonaristas começou uma campanha nas redes sociais para que Feder não seja oficializado no cargo.
Feder é secretário de Educação do governo do Paraná. Ele nasceu em São Paulo e é empresário. Antes de assumir a secretaria, era o CEO da Multilaser, empresa do ramo de tecnologia. É um dos fundadores do site Ranking de Políticos.
Quem se manifesta de maneira mais fervorosa nas redes contra o secretário do Paraná é Silvio Grimaldo, editor do site olavista Brasil Sem Medo. Ele critica a ligação de Feder com a Fundação Lehmann, organização do terceiro setor gerenciada pelo empresário Jorge Paulo Lehmann que tem o objetivo de educar jovens e formar novos líderes políticos.
Outra crítica ao empresário é pelo fato dele ter doado para a campanha de João Doria (PSDB) a prefeito de São Paulo em 2016 e por ter participado como voluntário no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo.
Outros que coordenam os ataques ao nome cotado para ministro da Educação são Bernardo Küster, que é alvo do inquérito das fake news, e Leandro Ruschel. Ambos também escrevem para o site olavista Brasil Sem Medo.
A “ala ideológica” do governo foi a responsável por emplacar no MEC Ricardo Vélez e Abraham Weintraub. Entre as pautas defendidas pelo grupo estão o combate ao que chamam de “ideologização de ensino nas escolas”.
Os nomes defendidos por esse grupo de apoiadores do presidente são o do assessor especial do MEC Sérgio Sant’anna e da secretária de Educação Básica do MEC, Ilona Becskehazy. O nome de Ilona foi defendido em artigo escrito por Paulo Briguet, editor-chefe do site olavista Brasil Sem Medo.
O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo, disse ao Congresso em Foco que dentro do MEC há nomes mais adequados para chefiar a pasta:
“Não é o melhor nome. Tínhamos nomes muito melhores e que inclusive já trabalhavam na gestão Weintraub. Precisamos de alguém engajado na agenda técnica e na guerra cultural. Ainda não estive com o ministro e não o conheço bem, espero que ele aceite nossas sugestões e não seja um tecnocrata que dispensa a guerra cultural, permitindo que a agenda esquerdista e globalista prevaleça no MEC.”
Há também insatisfações entre evangélicos apoiadores do presidente. Deputados evangélicos ouvidos pelo Congresso em Foco dizem que o reitor do ITA, Anderson Correia, é o “melhor nome” e afirmam que ele tem um perfil conservador considerado ideal para a pasta. Correia é evangélico e também tem apoio da ala militar.
O pastor Silas Malafaia questiona a possibilidade de Feder assumir o cargo:
A CASA CAIU! A turma do PSDB e do MBL com o apoio da imprensa pensaram que iam colocar um Ministro da educação que não tem nada a ver com a ideologia que o presidente defende. PENSAM QUE BOLSONARO É OTÁRIO! Só kkk e muito kkk
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) July 3, 2020
O Congresso em Foco procurou a bancada evangélica do Congresso para saber a opinião sobre a indicação de Feder.
O presidente da frente parlamentar evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), evitou dar uma opinião e disse que o grupo coordenado por ele não foi consultado sobre a escolha. “Não tenho ideia pois a FPE não o conhece e não fomos consultados”, disse.
O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que também já coordenou a frente, ressaltou que a definição cabe a Bolsonaro, mas disse que o escolhido precisa ser “conservador de raiz”.
A escolha do novo Ministro da Educação é uma decisão exclusiva do nosso presidente @jairbolsonaro minha única observação é que o ESCOLHIDO só não deve ser um ideologicamente “NEUTRO”, tem que ser um CONSERVADOR de raíz! Que Deus ilumine nosso presidente nesta escolha! 🙏
— Sóstenes (@DepSostenes) July 3, 2020
Veja a seguir os tuítes de olavistas com críticas a Feder:
Renato Feder entregou a Secretaria de Educação do Paraná para a Vetor Brasil, uma das ONGs de gestão educacional da Lemann. Se o @jairbolsonaro entregar o MEC para isso aí, pode apagar aquele discurso bonito na ONU. pic.twitter.com/r38mJFVS9M
— Silvio Grimaldo (@silviogrimaldo) July 3, 2020
Que beleza! Dar-se-á tudo que Huck, Lemann, Dória e o Comando Maluco querem na Educação, se Feder for ministro. Jair, melhor deixar o MEC sem comando do que nomear esse cara. Tome mais tempo! https://t.co/BIKGyGqAvT
— Bernardo P Küster 🇧🇷 (@bernardopkuster) July 3, 2020
Presidente vai colocar na Educação um sujeito ligado a Doria?
— Leandro Ruschel (@leandroruschel) July 3, 2020
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Lauriberto é tão patético tanto quanto seu próprio nome. “Olavista”, “bolsonarista”, frames já manjados pelo modus operandi da esquerda. HAHAHAHA
Quem aceita ser ministro do instável descontrolado bozo não pode ser grande coisa.
Evangélicos, olavistas, políticos, petistas, redistas, psolistas, socialistas, comunistas.
ESSE É O CARA!