Durante a sessão da CPI da Covid de 18 de junho, o ex-chanceler Ernesto Araújo foi questionado sobre um vídeo publicado no site da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) com uma palestra que falava sobre a “nocividade do uso de máscaras”.
O vídeo foi removido pelo YouTube no ano passado por disseminar informações falsas, mas continuava publicado na página da Funag até a sessão da CPI. Foi só então que o título mudou de “nocividade do uso de máscaras” para um genérico “considerações sobre o uso de máscaras”.
Na hora de atualizar a página, no entanto, os administradores esqueceram de mudar o endereço que leva ao vídeo. Até o início da tarde desta segunda-feira (12), o link ainda falava sobre os perigos das máscaras. Optamos por não reproduzir o endereço para evitar a circulação de desinformação.
Na CPI, Araújo disse que eram apenas “opiniões” dos palestrantes. O rastreamento nos vídeos foi feito pelo responsável pelo perfil @Tesoureiros no Twitter, que tem reunido documentação sobre o posicionamento de membros do governo federal diante da pandemia.
Durante a gestão de Araújo, a Funag se transformou em um dos principais expoentes de propagação de ideias bolsonaristas. Trata-se de um braço de estudos e debates do Itamaraty que, até sexta-feira (9), era comandada por um olavista, Roberto Goidanich.
Sob Goidanich, a Funag passou a transmitir palestras e debates com influenciadores ligados ao bolsonarismo, como Allan dos Santos, do Terça Livre, e Leandro Ruschel, que criticam medidas de isolamento social.
O novo ministro das Relações Exteriores, Carlos França, já havia manifestado intenção de trocar o comando da Funag por causa do perfil ideológico de Goidanich. No lugar dele, assume Márcia Loureiro, da representação do Brasil em Los Angeles.
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