Deputados do chamado centrão, grupo informal capitaneado por DEM, PP, PSD, PL, PTB, PRB, Pros, Podemos, Solidariedade, deram um recado ao governo após a aprovação, em primeiro turno, do texto principal da reforma da Previdência: o resultado dilatado, 379 votos contra 131, indica disposição em concluir a votação, mas os aliados cobram uma lista de exigências.
O governo cumpriu o primeiro pedido dos deputados e liberou, ainda durante a votação nessa quarta-feira (10), mais R$ 439,6 milhões em emendas parlamentares destinadas a ações de saúde nos municípios – além de outro R$ 1,135 bilhão em edição extra na noite de terça-feira (9).
Mesmo assim, o centrão aguarda garantias de que o Palácio do Planalto irá executar de fato as emendas prometidas antes do fim do ano, porque muitos devem concorrer a cargos de prefeitos e vereadores nas eleições de 2020, e pede o fim de ataques e críticas de integrantes do governo ao grupo.
Nesta quinta-feira (11), a Câmara retoma, às 15h, a votação dos chamados “destaques”, que são propostas de alterações de pontos específicos da proposta. Há grande pressão para atenuar as regras em relação às pensões, mulheres, professores e policiais.
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Pela manhã, o governo trabalhou para aparar as arestas. Houve uma reunião realizada em apartamento funcional da Câmara na 302 Norte, em Brasília, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com o secretário-nacional da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, com a líder do governo no Congresso, Joice Hassemann (PSL-SP), e com deputados do centrão – além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Após o encontro, Joice demonstrou otimismo com a conclusão da votação. “Estamos discutindo acordos para aparar arestas”, disse. “Nossa ideia ainda é votar e concluir a reforma da Previdência nesta semana. Não tem motivo para empurrarmos para a semana que vem”, completou.
PublicidadeNa mesma linha, Maia seguiu: “A gente vai votar nesta semana tudo. O resultado de ontem é uma demonstração de uma grande maioria: 74% dos deputados estão a favor da reforma. É importante encerrar este assunto para poder construir outras pautas na Câmara”. A reforma é uma das principais bandeiras do chamado “Calendário Maia”, pauta com agendas econômicas tocadas pelo presidente da Câmara.
“Tivemos reunião mais cedo com alguns líderes para conhecer melhor o mérito de cada destaque. Porque ontem estava um pouco confusa a compreensão”, disse.
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