O presidente Jair Bolsonaro está decidido da necessidade de extinção da Agência Nacional de Cinema (Ancine), que vem sendo criticada pelo político desde a semana passada. Segundo Bolsonaro, a agência fomenta, com recurso público, obras cinematográficas contrárias aos princípios da família.
Um dos alvos do presidente é Bruna Surfistinha, filme que conta a história da ex-prostituta Raquel Pacheco. Lançada em 2011, a obra recebeu cerca de R$ 4,3 milhões em renúncia fiscal, segundo a Ancine, e uma bilheteria de R$ 20 milhões. O filme foi visto por mais de 2 milhões de pessoas no cinema.
“Vamos buscar a extinção da Ancine. Não tem nada que o poder público tenha que se meter a fazer filme. Que tenha uma empresa privada, sem problema nenhum. Mas o estado vai deixar de patrocinar isso daí”, disse Bolsonaro em uma live nas redes sociais.
Bolsonaro determinou à Ancine que recue na autorização de captação de recurso para o filme contando a eleição do presidente, em 2018. A produção “Nem Tudo se Desfaz”, do cineasta José Teófilo, teve autorização da agência para captar R$ 530 mil. O filme visa contar a escalada do conservadorismo no país desde as manifestações de 2013.
Durante a transmissão, Bolsonaro disse que não iria “citar nomes de filmes produzidos pela Ancine”, porque havia crianças assistindo sua live.
Criada em 2001 no governo Fernando Henrique Cardoso, a Ancine é uma agência reguladora formada por quatro diretores, cujo objetivo é fomentar, regular e fiscalizar o mercado do cinema e do audiovisual no Brasil.
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Gostaria que o presidente deixasse assuntos de segunda importância para o terceiro e quarto escalão do governo e se ocupasse dos problemas reais deste país em vez de ficar fugindo das suas responsabilidades.