(este documentário foi cedido pelo Arquivo Público do DF)
Nesta terça-feira (21), quando Brasília completa 55 anos, o Congresso em Foco reapresenta uma preciosidade histórica: o documentário “As primeiras imagens de Brasília”. As cenas, de 1957, registram a saga dos pioneiros, também conhecidos como candangos, a abertura das primeiras vias e a construção do Palácio da Alvorada. Uma Brasília que começava a sair das pranchetas de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, sob a supervisão do presidente Juscelino Kubitschek e do engenheiro Israel Pinheiro e com o suor de gente saída de todos os cantos do país.
O vídeo, produzido pela Atlântida e dirigido pelo fotógrafo e documentarista francês Jean Manzon, mostra o nascimento de uma cidade “fadada a ser modelo para o mundo” e saudada como “noiva do Brasil”, “árvore nacional plantada no Planalto Central”, “estrela-guia do futuro”, “a primeira metrópole construída na era da aviação”, “pólo magnético em Goiás”, “menina dos olhos” do país.
Encomendado por JK como resposta aos críticos da construção da nova capital, o documentário é narrado por Luiz Jatobá, locutor do Canal 100 e da Voz do Brasil, e manda recado aos mais céticos.
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“Para os homens do litoral, Brasília é uma ideia mais ou menos abstrata. Para eles [os pioneiros, também conhecidos como candangos], é a pura realidade”, diz. A nova capital é apresentada como uma “resposta à crítica de dois séculos” de um Brasil ainda voltado para o litoral e de costas para o seu interior.
“Brasília já existe. As famílias que pra lá se deslocaram irão constituir amanhã a legião comovidamente lembrada dos pioneiros, primeiros homens e mulheres que deram ao Brasil os primeiros filhos de uma nova era.”
PublicidadeMas a mensagem aos críticos é acompanhada de um convite a “uma épica aventura”. “A cidade nova estende seus braços às irmãs mais velhas”, narra Jatobá.
Tudo, claro, com muito trabalho:
“O trabalho desconhece a noite. O ritmo das tarefas a executar não o permite.”
“O pão fresco é feito antes mesmo que se faça a padaria.”
“Ainda se instalavam os primeiros acessórios (sic) da escola quando as aulas foram iniciadas, porque a cultura não pode esperar. Não se perde tempo em Brasília. As atividades aí têm de ser simultâneas.”
Retratos em movimento, em branco-e-preto, de uma cidade que, a quatro meses de seu cinquentenário, procura se reconstruir e reencontrar a esperança, quase sempre desafiada por sucessivos escândalos políticos. E que busca mostrar que é maior que a Esplanada dos Ministérios.
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