Aos 73 anos, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) foi citado nos últimos dias por vários juristas, entre eles Miguel Reale Junior – um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – como alternativa a uma eventual eleição indireta para substituir Michel Temer na Presidência da República. Possibilidade que ele, publicamente, refuta. Mas, para o ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação, Temer não tem condições de continuar à frente do Palácio do Planalto.
Na avaliação dele, o presidente agiu com “indecência” e falta de “inteligência” ao recepcionar no Palácio do Jaburu, na calada da noite e fora de sua agenda, um empresário com tantas complicações na Justiça, alvo de operações da Polícia Federal, para travar com ele o diálogo registrado pelas gravações.
Mesmo com a urgente necessidade de troca de presidente, falta ao país liderança ou partido com capacidade e força para liderar o processo de mudança, na opinião de Cristovam. O único caminho possível, segundo ele, passa por uma tentativa de reconciliação entre os políticos e a sociedade brasileira.
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Uma alternativa que deve ser buscada com urgência para evitar uma tragédia de grandes propoções, adverte. “Estamos caminhando para uma desagregação social”, considera. “Nós já chegamos ao fundo do poço no que se refere à violência e à desmoralização da política. Está difícil encontrar um caminho para sair deste fundo do poço”, reforça o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) em entrevista em vídeo ao Congresso em Foco. Ele usa termos como “tragédia” para definir o atual momento e, em tom de lamento, aponta para o risco de tudo piorar: “A situação brasileira pode piorar muito”.
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