Renata Camargo
Três integrantes da ONG Greenpeace realizaram nesta quarta-feira (28) um protesto pacífico contra a aprovação do projeto de lei (PL) que propõe anistia a mais de 35 milhões de hectares de desmatamento ilegal – um área equivalente a 18 vezes o estado de Sergipe. Os manifestantes conseguiram suspender por quase meia hora a sessão em que o projeto deve ser votado.
Acorrentados e com cartazes em que diziam “A bancada da motoserra quer acabar com as nossas florestas”, os ativistas reivindicaram o encerramento da sessão em que os ruralistas pretendem votar um substitutivo do PL 6424/05, batizado por ambientalistas como “Floresta Zero”.
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O protesto teve início com o barulho de uma sirene acionada por integrantes da ONG. Ambientalistas e pessoas que assistiam à sessão protestaram com palmas que duraram mais de 15 minutos. Os manifestam gritavam “Fora motosserra”.
O protesto terminou cerca de meia hora depois com a retirada de todos os presentes da sala da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, com exceção de parlamentares, funcionários e jornalistas credenciados. O presidente da comissão, deputado Roberto Rocha (PSDB-MA), chegou a suspender a sessão, mas retomou a reunião.
O líder do PV, deputado Edson Duarte (PV-BA), muito exaltado, pedia o encerramento da sessão. “Não há condições de se votar um projeto nessas condições. Nós temos uma comissão especial instalada para tratar disso, não podemos votar essa proposta. Peço para que interrompa esta sessão”, gritava o líder do PV.
Deputados da bancada ruralista reagiram pedindo ordem. O deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que não faz parte da comissão mas participava da reunião, exigiu aos gritos que os manifestantes encerrassem o protesto. “Saiam daqui cambada de vagabundos”, disse. Os ativistas foram tirados à força da sala pela Polícia da Câmara. Os policiais foram vaiados pelos ambientalistas presentes.
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