Edson Sardinha
Após nova pressão das bancadas evangélica e católica do Congresso, o governo decidiu suspender a produção e distribuição do kit anti-homofobia, batizado pelos parlamentares religiosos de kit-gay. De acordo com o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, a presidenta Dilma Rousseff viu e não gostou dos vídeos produzidos e determinou a suspensão de todas as produções relacionadas ao assunto. O objetivo, segundo ele, é ouvir outros segmentos da sociedade.
“A presidenta Dilma não gostou dos vídeos, achou o material inadequado, e determinou que não circule oficialmente. Estão suspensas todas as produções de materiais que falem dessas questões”, afirmou o ministro após reunião com parlamentares das bancadas evangélica e católica.
Ontem, os integrantes das bancadas religiosas ameaçaram apoiar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, porque seu patrimônio se multiplicou 20 vezes em apenas quatro anos. Gilberto Carvalho negou que a suspensão do kit anti-homofobia tivesse relação com a ameaça dos parlamentares ligados a igrejas. “Não tem toma lá dá cá”, retrucou.
O secretário-geral da Presidência afirmou que a presidenta determinou que todo material que tratar de ?costumes? terá de passar, a partir de agora, pela coordenação-geral da Presidência e por um amplo debate com a sociedade civil.
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Dilma deve se reunir ainda esta semana com os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, Alexandre Padilha, para discutir a produção de material didático.
Os parlamentares religiosos voltaram à carga ontem após o ministro da Educação recuar da promessa de ouvi-los durante as discussões sobre o kit anti-homofobia. Na semana passada, Haddad foi à Câmara, acertou o compromisso com as bancadas evangélica e católica e negou que o material veiculado (vídeos e cartilhas) já tivessem sido aprovados pelo MEC. Com a promessa, os parlamentares desistiram de obstruir as votações.
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