O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o deputado Federal José Mentor (PT-SP) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ao Supremo Tribunal Federal (STF), em inquérito aberto no âmbito da Operação Lava Jato. Mentor não constava da lista elaborada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. De acordo com o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), o parlamentar teria recebido propina no valor de R$ 380 mil para viabilizar a contratação da empresa IT7 Sistemas pela Caixa Econômica Federal (CEF).
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Na denúncia, o procurador diz que o ex-deputado Federal André Vargas – duas vezes condenado por envolvimento no petrolão (leia aqui e aqui) – teria influenciado a contratação da IT7 Sistemas para fornecimento e manutenção de software no valor de R$ 71 milhões por um período de 24 meses, a partir de licitação realizada pela Caixa Econômica Federal no início de novembro de 2013.
Conforme a denúncia, o doleiro Alberto Youssef pediu a Meire Poza, sua contadora, que providenciasse os recursos mediante a emissão de notas fiscais em favor da IT7 – que, por seu turno, faria os depósitos ou as transferências de valores a serem sacados para posterior entrega em espécie. As notas foram geradas para prestar fictícios serviços de consultoria. A denúncia demonstra ainda que, depois do primeiro crédito na conta da IT7 efetuado pela Caixa, a IT7 faz três transferências para empresas registradas em nome de Meire Pozza, ligada a Alberto Youssef, um dos primeiros e principais delatores do petrolão.
Em depoimento, Youssef disse ter sido procurado, em dezembro de 2013, por Leon Vargas, após sugestão de seu irmão, o então deputado André Vargas (sem partido-PR), em busca de dinheiro em espécie. Youssef relatou que fez pessoalmente o pagamento de R$ 380 mil em espécie a José Mentor no escritório de advocacia que ele mantém com associados em São Paulo.
Amizade
Atualmente, André Vargas, que teve o mandato cassado pela Câmara em 10 de dezembro de 2014, está preso em Curitiba. Em termo de declarações, André Vargas confirmou sua relação de amizade com José Mentor, bem como o fato de que os dois pertenciam à mesma corrente dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).
PublicidadeA denúncia relaciona extratos e documentos bancários, troca de mensagens entre os envolvidos, registro de ligações telefônicas, notas fiscais e várias outros elementos de prova. O inquérito contra o deputado foi aberto em março de 2015.
Além da condenação do deputado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a denúncia pede a perda da função pública do deputado, que é detentor de mandato eletivo. O PGR também quer a reparação dos danos materiais no valor de R$ 380 mil, a ser destinado à Caixa Econômica Federal, e dos danos morais no valor de R$ 380 mil.
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