A Procuradoria-geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira (5), Arthur Lira (PP-AL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. Ele é um dos mais influentes na Câmara dos Deputados e tem negociado a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o centrão.
A PGR acusa Lira de receber R$ 1,6 milhão de propina da empreiteira Queiroz Galvão em troca de apoio do PP para a permanência de Paulo Roberto Costa como diretor da Petrobras.
De acordo com a Folha de S. Paulo, em um dos trechos da peça, a sub-procuradora Lindôra Maria Araújo afirma que, de 2004 até 2017, Lira se uniu ao núcleo político de organização formada por lideranças de outros partidos da então base governista “para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a administração pública, notadamente para a arrecadação de propina”.
Lindôra entende que ficou provado que Lira recebeu, em duas vezes, indiretamente, vantagem indevida de R$ 1,6 milhão em razão da função pública que exercia.
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende o deputado, afirmou por meio de nota que Lira fez parte de um grupo que “assumiu a liderança do PP e afastou Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef do partido”.
Lira é um dos deputados cotados para substituir o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Leia a nota de Pierpaolo Bottini na íntegra:
“Arthur Lira fez parte de um grupo que assumiu a liderança do PP e afastou Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef do partido. Fato já provado e que explica a inimizade dos colaboradores e suas reiteradas tentativas de envolver o parlamentar em ilícitos dos quais não participou.
O doleiro diz que Arthur Lira recebeu indevidos valores por meio de um operador chamado Ceará, mas esse último – também colaborador – desmente tal versão em dois depoimentos. O próprio STF reconheceu as inverdades de Youssef em outros depoimentos contra Arthur Lira. Fundamentar uma denúncia nas palavras desse doleiro é premiar um ato de vingança contra alguém que se postou contra suas práticas.”
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