A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga. Ele é acusado de agredir a esposa em junho deste ano. O ministro Celso de Mello, relator da ação no Supremo tinha pedido que a PGR manifestasse se havia interesse em dar prosseguimento ao caso ou não.
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A denúncia por lesão corporal foi apresentada por Dodge ontem (terça, 14). O caso corre no STF porque Admar tem foro privilegiado por ser ministro do TSE.
Élida Souza Matos procurou a 1ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal no dia 23 de junho com um olho roxo para registrar um boletim de ocorrência pela agressão. Ela passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) à época. Em outro depoimento no mesmo dia, Élida voltou atrás nas acusações, mas o inquérito continuou. De acordo com o Art. 16 da Lei Maria da Penha, “(…) só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.” A Lei Maria da Penha tem esse dispositivo para averiguar a espontaneidade da retratação.
Erica Matos, filha de Élida e enteada do ministro afirmou que ouviu Admar xingar a mãe de “puta”, “vagabunda” e “escrota” durante a briga. Ela também disse que o ministro nunca permitiu que sua mãe estudasse e usava seu cargo para subjugá-la. Admar negou as acusações, que classificou como uma “reação exagerada” de Erica ao ver a mãe machucada.
Admar atribuiu a briga a uma crise de ciúmes de Élida, afirmando ainda que ela escorregou no enxaguante bucal que caiu no chão do banheiro e bateu o rosto na banheira. Ele anexou à sua defesa no caso fotos de arranhões supostamente provocados por Élida e admitiu que a empurrou, mas afirmou que o fez para se defender da esposa.
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