Entre outros efeitos colaterais, o impeachment da presidente Dilma Rousseff – iniciado em 17 de abril, na Câmara, e concluído em 31 de agosto, no Senado – provocou uma onda de indignação que ganhou aeroportos e voos Brasil afora desde o início do ano passado. Dividido em dois, contra e a favor de Dilma, tal eleitorado raivoso se valeu das câmeras digitais acopladas em celulares e, sem qualquer embaraço, passou a desferir impropérios contra parlamentares no exercício do mandato.
Não foram poucos os casos. Assim, como síntese do que foi registrado neste 2017 que se encerra, o Congresso em Foco veicula alguns desses momentos em que, faceta dos tempos pós-modernos, políticos de diversos partidos passaram a estar na mira não só da Justiça, como também de uma opinião pública cada vez mais indignada. Da direita à esquerda, passando pelo “centrão”, partidos para todos os gostos estão representados nos políticos hostilizados.
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Confira casos de indignação popular embarcada nos aeroportos Brasil afora:
O registro que mais recentemente se espalhou pelas redes sociais foi o da senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT e ex-ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff. Durante o episódio, Gleisi solicitou a detenção da passageira, no que foi atendida. “2018 está chegando, a senhora será jogada na lata do lixo!”, diz a passageira, tentando desvencilhar-se do que parece ser um assessor de Gleisi.
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Em maio, quando começaram as discussões sobre a reforma da Previdência, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) enfrentou a fúria de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Pouco antes do chegar ao primeiro minuto, o vídeo flagra o peemedebista, ex-ministro da Saúde, desferindo um chute “ao vento”, como sua assessoria alegou a este site na época.
Em junho, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) foi recebido no aeroporto de Teresina com xingamentos como, entre outros, “bandido”, “traidor do povo” e “golpista”. “Cadê a propina?”, diz o rapaz que faz a imagem abaixo.
Há cerca de cinco meses, em agosto, foi a vez de o senador Romário (Pode-RJ) ser chamado de “golpista”:
Em meados de novembro, um passageiro indignado chama de “inútil” e “vagabundo” o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), um dos membros da base de Michel Temer na Câmara. E dispara: “Você não representa o povo brasileiro, o povo do Norte! Está acabando com o Brasil”!
Mais para o fim de novembro, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos homens fortes do governo Temer, é lembrado por uma moradora de Blumenau (SC) por ter vocalizado o “grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo”, que culminou no impeachment de Dilma. Servidora do Instituto Federal Catarinense (IFC), Rúbia Sagaz quase teve o celular arrancado de sua mão pelo senador:
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