Em busca de uma mobilização da opinião pública e formação de ambiente favorável para sua privatização, a Eletrobras traçou como estratégia a divulgação de um cenário de mazelas e problemas da estatal, revela a Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo. Esse movimento, segundo a apuração do repórter Lúcio de Castro, começou em 20 de setembro de 2017, quando a empresa assinou, sem licitação, contrato com a RP Brasil Comunicações, do grupo FSB Comunicação, a maior assessoria de imprensa do país.
Leia também
De acordo com a reportagem “Atual gestão da Eletrobras pagou quase R$ 2 milhões para que falassem mal da própria empresa”, a agência acionou os chamados formadores de opinião, comentaristas econômicos, colunistas e repórteres em geral para mostrar um cenário que tornasse urgente a privatização, acelerada pela pressa do governo federal em concretizar o negócio.
A polêmica se dá em torno do objeto do contrato ECE-DJS 1252/2017, obtido pela reportagem via Lei de Acesso à Informação (LAI): “assessorar a Eletrobras na comunicação relativa ao projeto de acionista majoritário de desestatização da empresa”.
Em resposta à Sportlight, a FSB nega esse viés e afirma que no contrato está ressaltada a necessidade de se “preservar a imagem positiva da empresa”, embora reconheça que a divulgação “não omite dados negativos como prejuízos financeiros ou dívida bruta superior a R$ 45 bilhões”.
Pelo plano desenhado no contrato, sustenta a reportagem, foi feita uma “análise do cenário”, passando em seguida para o chamado “mapeamento dos stakeholders”, ou seja, definição de quem é o público estratégico alvo das mensagens a serem enviadas. Em seguida, veio a “mobilização dos influenciadores”, item discriminado com custo de R$ 170 mil dentro do R$ 1,8 milhão do projeto total.
Além da execução de uma pesquisa de opinião pública ao custo de R$ 120 mil, o contrato entre Eletrobras e FSB prevê que os pagamentos entre contratante e contratada são feitos quando da “entrega dos relatórios mensais elaborados pela contratada correspondentes à consolidação dos resultados alcançados”. Sportlight solicitou esses relatórios por meio de novo pedido de Lei de Acesso à Informação, mas, embora o contrato em si tenha sido disponibilizado também via LAI, ainda que em recurso de última instância, o acesso aos relatórios foi negado.
Licitação sob sigilo
A Eletrobras também negou acesso a informações sobre o suposto processo de licitação para o contrato, solicitando o nome dos participantes da disputa, as propostas, os documentos do processo e o resultado final. O pedido foi negado em primeira e segunda instância.
“Na negativa, a Eletrobras justifica o segredo quanto ao processo de licitação do que chama de ‘democratização do capital social’ afirmando que ‘trata-se de informação estratégica da Eletrobras, posto que os documentos solicitados estão diretamente ligados à atuação da empresa no mercado concorrencial’. E segue: ‘Isso porque as informações relativas ao contrato RP Brasil Comunicações (FSB Comunicação) são pilares fundamentais do processo de democratização do capital social da Eletrobras’.”
Segundo a estatal, a divulgação de informações acerca do contrato com a FSB “é tão sensível que pode trazer prejuízos ao denominado processo de democratização”.
Com base em apurações próprias, a reportagem reconstitui o processo de licitação, por meio de tomada de preços, modelo em que vence aquele que apresenta o menor custo financeiro. Na disputa, aparecem outras duas empresas que também estão entre as principais “donas” de contas do governo federal, a Companhia de Notícias (CDN) e a Informe Comunicação.
De acordo com a reportagem, a menor proposta foi apresentada pela Informe. Em segundo lugar, ficou a FSB. Mas aí, prossegue, houve uma reviravolta no caso.
“No entanto, após o resultado da ‘tomada de preços’ das empresas chamadas para uma licitação, a regra do jogo mudou: a Eletrobras resolveu escolher a vencedora pela modalidade de ‘inexigibilidade’, onde se dispensa uma concorrência e se promove uma contratação direta. A lei concede o direito ao contratante de escolha do fornecedor caso existam razões que justifiquem a dispensa de licitação”, escreve Lúcio de Castro.
A Eletrobras alegou que “em face da sua complexidade e singularidade, bem como confidencialidade, por envolver informações estratégicas da empresa, somente poderia se dar através de inexigibilidade de licitação, o que impossibilita o estabelecimento de critérios objetivos, requerendo empresa de notória especialização em estratégia de comunicação”.
Em 17 de outubro de 2017, quase um mês após a assinatura do contrato entre FSB e Eletrobras, a empresa publicou no Diário Oficial da União o resultado, anunciando a contratação por “inexigibilidade de licitação”.
Conforme apuração da Sportlight, a mudança no critério de escolha coincide com o início da gestão de Wilson Pinto Ferreira Junior na presidência da estatal, alçado ao cargo pelo presidente Michel Temer com o objetivo de conduzir o processo de privatização.
Em sua propaganda, o governo alardeia que deve alcançar R$ 12,2 bilhões na privatização, sempre tratada como “democratização do capital”. No entanto, de acordo com o próprio Ministério de Minas e Energia, o valor patrimonial da estatal é de R$ 46,2 bilhões e o total de ativos da empresa chega a R$ 170,5 bilhões. Além de R$ 541 bilhões investidos desde a criação, em 1962.
Batalha da comunicação
Para aprovar a privatização da Eletrobras, o governo enviou medidas provisórias e projeto de lei para o Congresso. Segundo a Sportlight, para tentar ganhar a batalha de informação, a estatal lançou a campanha de comunicação do “projeto de acionista majoritário de desestatização da empresa”, que está no contrato com a FSB. “Nos jornais, é possível ver, de acordo com o levantamento da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo, a difusão maior e aumento no tom das notícias negativas quanto a gestão e resultados da Eletrobras após a assinatura do contrato com a FSB”, diz a reportagem.
A FSB Comunicação, de Francisco Soares Brandão, é a maior agência de comunicação do Brasil. Em 2015, a empresa contava mais de 700 funcionários e 200 clientes, entre os quais meia dúzia de ministérios, estatais como a Petrobras, os governos estadual e municipal do Rio, além de algumas outras prefeituras, como a de Campinas, e dezenas de grandes empresas do setor privado. Segundo reportagem publicada pela revista Piauí em 2015, a agência faturou R$ 200 milhões em 2014. Mais da metade vindo do setor público.
Procurada pela Sportlight, a FBS não quis se manifestar sobre o contrato com a Eletrobras: “A FSB não se pronuncia sobre contratos em vigor com seus clientes”.
<< Clique aqui para ler a reportagem da Sportlight e a íntegra das respostas da Eletrobras
Temer, um criminoso no poder destruindo tudo o que pode, de patrimônio a conquistas de trabalhadores. Velhaco verme.
esses cretinos estão ganhando muito dinheiro na venda de patrimônio publico do Brasil, temos que colocar lula rapidamente na presidência para acabar com esse entreguismo
E dessa forma que canalha vigarista vai se dando bem junto com a elite safada golpista!! Chamando a população de imbecil, e o pior ninguém faz nada!!
Querer privatizar por 12,2 bilhões é dar a preço de bananas o que é de posse do povo brasileiro. Isso é um crime de lésa-pátria, pois não cobre nem o valor patrimonial da empresa de 46,2 bilhões. Um crime nós contribuintes termos de pagar, em última instância, para fazer propaganda contra o próprio patrimônio público ser privatizado muito abaixo do valor de mercado.
Posse do povo brasileiro? Rs….
Se o sr. não for acionista da Eletrobras, então não é dono de nada.
Vamos expurgar todos esses acionistas fique ciente.
É do povo brasileiro? Não seja tolo! Se não comprar ação por acaso você ganha alguma coisa com a Eletrobrás? O que é do povo brasileiro é o dever de pagar uma conta de energia elétrica absurdamente alta, em função da existência de um mercado monopolizado pelo Estado, sem espaço à concorrência.
O que é do Estado é do Estado, não do povo. Não se confunda.
O que e do Estado e do povo também uai!
Ninguém aqui ta confundido, só você!
Todas estatais devem continuar estatais é uma bizarrice entregar estatais pra privada.
O que ganha com a existência de uma estatal? Tem lucro? O serviço prestado é bom? Acha legal bancar o cabidão de empregos para desqualificados?
Falando sozinho de novo!
Todas as estatais devem ser privatizadas. É uma bizarrice o Estado como ator econômico.
Nenhuma das estatais que trabalham com recursos naturais deveriam ser privatizadas! O Estado tem responsabilidade de agir quando o mercado particular não tem como o não quer investir então o problema aqui e que o governo golpista do Temer ta fazendo licitações em segredo de milhões de reais pra vender a preço do banana a Eletrobras! Esta roubando o Brasil literalmente!
Agora eu pelo menos quero saber quanta grana suja ta rolando pra ele fazer isso mesmo?
Essa estatal está falida meu amigo! Até onde sei, tem dívidas de R$ 15 bilhões contraídas durante os 13 anos desse governo corrupto e incompetente do Petê e PMDB.
Aliás não é só a Eletrobras.
Esta falida porque os políticos corruptos roubam ela todo dia e noite, não porque ela não tem lucro! Ela e mal administrada e nada mais!
O que se vê em uma empresa privada é: ou ela gera lucro (e sobrevive) ou ela sai do mercado (falência), já numa estatal não é isso o que se vê. Se estas estatais fossem empresas privadas, elas já teriam passado por uma reformulação ou estariam inativas. Politico corrupto tem em todo o lugar, mas quando vc é empresário ou funcionário de uma empresa privada, seu cargo e até mesmo sua vida (digo família, ou seu negócio) depende de seus esforços, já esses corruptos não estão se importando com isso pois eles sabem que é difícil de tirarem eles de onde eles estão. Não sei se privatização é a melhor saída, mas no momento é talvez a única solução para tirar estas empresas do vermelho.
Pelo pouco que eu sei e pela experiencia sei que os recursos nacionais de um pais igual o Brasil depende de energia boa, barata e também limpa, mas e critico que ela precisa ficar nas mãos de uma estatal mas claro precisa ser administrada super bem!
Corrupção não deve existir e por enquanto o governo corrupto do Temer com certeza vai ganhar monte por vender essa aqui pelo valor de banana então seu povo precisa parar essa venda enquanto esse governo sair do poder!
O que ganha com a existência de uma estatal? Tem lucro? O serviço prestado é bom? Acha legal bancar o cabidão de empregos para desqualificados?
A Vale foi privatizada, também era relacionada a recursos naturais, e hoje é uma empresa infinitamente maior, gerando muito mais empregos e tributos.
ESTABILIDADE E SEGURANÇA se ganha quando uma estatal e gerenciada pelo Estado!