Logo após a meia-noite, o Plenário da Câmara cassou o deputado José Dirceu (PT-SP). O ex-ministro da Casa Civil recebeu 293 votos favoráveis à perda de mandato, 192 contrários, 8 abstenções, um voto em branco e um nulo. Acusado de ser o mentor do esquema do mensalão, Dirceu foi derrotado por uma diferença de 37 votos – o mínimo necessário para cassar um mandato é 257 votos. Ele se torna o primeiro parlamentar petista a perder o mandato.
O anúncio pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), do voto de número 257 – que sacramentou o destino de Dirceu – não foi comemorado. A primeira manifestação, uma tímida salva de palmas, veio dez minutos depois de divulgado o resultado. A essa hora, contudo, o petista já estava em casa, ao lado de seus correligionários.
Cinco meses de luta
Desde que deixou a Casa Civil, Dirceu lutou por cinco meses para não perder os direitos políticos até 2015. Além de recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), o deputado petista cabalou nos últimos dias votos para tentar impedir a sua cassação.
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Ao menos, Dirceu conseguiu se sair melhor do que o seu principal denunciante, o também deputado cassado e presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ). No dia 14 de setembro, Jefferson perdeu o mandato ao receber 313 votos a favor, 156 contrários, 13 abstenções, cinco votos em branco e dois nulos.
Dirceu não deu qualquer declaração pública após a cassação. Mas está prevista para amanhã à tarde uma entrevista coletiva com o ex-ministro da Casa Civil.
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