A CPI da Lava Toga virou uma das principais bandeiras do MBL e do Vem pra Rua – movimentos que ganharam destaque na campanha pelo impeachment da ex-presidente Dilma e desde então vêm atuando pelo combate à corrupção no Brasil. O Vem pra Rua criou até um site para pressionar os senadores a assinar o requerimento que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Judiciário.
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O site, chamado de “Lava Toga Já”, mostra a posição dos parlamentares sobre o assunto e até o telefone de seus gabinetes no Senado. A página explica que 26 senadores apoiam, 35 são contra e 20 estão indecisos sobre o assunto e lembra: o pedido de CPI precisa só de mais uma assinatura para ser protocolado. “Tendo em vista que falta pouco para a CPI ser concretizada, estamos intensificando a campanha para que os senadores se sensibilizem com esta questão, que é um anseio da sociedade”, explicou uma das representantes do Vem pra Rua, Celina Ferreira.
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O Vem pra Rua também vem pressionando, através de posts das redes sociais, esses 20 senadores indecisos a se posicionar sobre o assunto. “Senador, quando você irá assinar o requerimento para criação da CPI da Lava Toga?”, diz um post do movimento, que marcou o senador em questão e também divulgou o link do site Lava Toga Já, com os telefones do gabinete do parlamentar, no Twitter para que a população intensifique essa cobrança. “O STF está matando a Lava Jato e apenas 26 senadores tiveram a coragem de assinar o requerimento para criar uma CPI e investigar um de seus ministros. Onde estão os demais senadores? Vamos pressioná-los?”, argumenta o Vem pra Rua no Twitter.
Celina conta que a campanha começou há apenas cinco dias e tem contado com ampla participação popular. É que, com o avanço do julgamento que pode anular algumas condenações da Lava Jato, a pressão para que o Judiciário seja investigado aumentou, tanto por parte dos internautas, quanto dos senadores. “A sociedade está indignada com a falta de parâmetros. A Lava jato mudou muita coisa e ninguém quer retrocesso”, argumentou a representante do Vem pra Rua.
Coordenador nacional do MBL, Renan Santos concorda que, diante dos últimos fatos, o movimento em prol da CPI da Lava Toga ganhou tração e se tornou mais premente. “Está havendo um descrédito do STF. As pessoas estão começando a perceber que existe uma pauta muito forte pelo desmonte da Lava Jato, passando pelo abuso de autoridade, desmonte do Coaf, intervenção do Bolsonaro na PF. Algo orquestrado que os três poderes estão operando juntos”, afirmou Santos.
“As investigações até agora só chegaram nos políticos e empresários, mas os esquemas jamais teriam acontecido sem a conivência ou participação de membros do Ministério Público e do Judiciário”, acrescentou Kim Kataguiri (DEM-SP), que representa o MBL na Câmara.
Renan ainda disse que esta campanha pela CPI da Lava Toga, que também ganhou o apoio do MBL nas redes sociais, é importante sobretudo porque muitos senadores têm pressionado os colegas no caminho oposto, para enfraquecer o pedido de investigação do Judiciário. Como denunciou a Juíza Selma (Podemos-MT), Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) é um deles.
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É esta pressão, por sinal, que fez o pedido de CPI da Lava Toga, formulado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), estancar. É que o primeiro pedido desse tipo, apresentado por Vieira no início do ano, foi engavetado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O segundo foi judicializado. E o terceiro pedido perdeu assinaturas pouco antes de ser protocolado. Primeiro, foi a senadora Maria do Carmo (DEM-SE) que tirou a assinatura. Na semana passada, foi a vez de Elmano Férrer (Podemos-PI) deixar de apoiar o requerimento que pede para o Judiciário ser alvo de uma CPI. Desde então, Vieira tem tentado, sem sucesso, conseguir a 27ª assinatura necessária para apresentar o novo pedido de CPI da Lava Toga.
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