Após uma reunião de mais de quatro horas no Ministério da Infraestrutura nesta segunda-feira (22), representantes dos caminhoneiros autônomos que vinham convocando uma greve geral a partir da próxima semana, no dia 29 de abril, aceitaram as propostas do governo e recuaram. Pelo menos por enquanto, afirmaram as lideranças presentes no encontro, pedirão “calma” aos companheiros e a paralisação está cancelada.
Wanderlei Alvez, que ficou famoso pelo apelido de Dedeco na greve do ano passado, afirmou que o governo prometeu uma fiscalização e um reajuste na tabela do frete, uma das principais reivindicações da classe. Além disso, houve também uma sinalização de que o diesel não será reajustado para além do limite de 10%.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, foram firmados os seguintes compromissos: estudar a eliminação de multas desnecessárias aos caminhoneiros; transferir o custo do diesel para a tabela do frete; fiscalização efetiva da referência de custo do piso mínimo do frete; celebração de um termo de compromisso com as entidades representantes da categoria para tornar mais efetiva a fiscalização.
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Para o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, as medidas vão “amortecer o efeito do diesel”, de forma que “o dinheiro sobre na contratação de cada frete e vai fazer com que a referência de preço seja praticada”. “Estamos com uma agenda sólida, que está sendo construída com base numa conversa e nos pleitos dos caminhoneiros”, destacou após a reunião.
A movimentação pela greve em 29 de abril teve início após o anúncio semana passada de aumento de R$0,10 no preço do óleo diesel. Dias antes, o presidente Jair Bolsonaro havia ligado para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pedindo explicações sobre a decisão de reajuste, o que foi visto como uma intervenção. O valor já chegou às bombas nos postos.
>> Petrobras reajusta em R$ 0,10 litro do diesel nas refinarias
PublicidadeNo sábado (20), em conversa com o Congresso em Foco, Dedeco disse que, ou se firmava um compromisso com a “fiscalização efetiva do piso mínimo ou a redução do diesel, ou a greve seria efetivada”. Para ele, o governo estava “molhando lenha seca na gasolina e jogando na fogueira” ao não chamar os “verdadeiros representantes da categoria” para as conversas. Até semana passada, as negociações ocorriam apenas com sindicatos e cooperativas, classificados pelo próprio governo como “moderados”. Já Dedeco é visto como “radical”.
Semana passada, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni anunciou, em coletiva à imprensa, a abertura de uma linha de crédito no valor de R$ 500 milhões para caminhoneiros autônomos manterem seus veículos. A medida é parte dos acordos delineados com as lideranças com as quais o Planalto tem conversado. Em seguida, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que serão empregados R$ 2 bilhões no término de obras e manutenção de rodovias.
Para Dedeco, as conceções não significam nada. “Esses R$ 30 mil que eles liberaram por caminhoneiro até que é uma boa medida. Mas veja bem… A maior parte da categoria está com o nome no Serasa. Vai ter condições de pegar o crédito? E pegar até alguns conseguem. Mas eu mesmo não ia conseguir pagar”, ponderou Dedeco que completou: “Obra em rodovia? Isso é obrigação do governo. Colocar isso em pacote de benefício pra dizer que conquistou um tapa buracos é um absurdo. Com R$ 2 bilhões não termina nem a duplicação da R$ 381, que é uma das mais perigosas do país.”
A reunião desta tarde já estava agendada com a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). Dedeco e outros representantes não filiados iriam junto com a entidade a pedido, segundo ele, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, que teria pedido, ainda conforme o caminhoneiro, sigilo sobre sua presença. Questionado sobre a informação no fim de semana, a assessoria do ministério disse desconhecer. Nessa segunda (22), o nome de Wanderlei Alvez e outros caminhoneiros autônomos passou a constar na lista de presença da reunião.
Veja quem estava na reunião em que foi firmado acordo para recuo da greve de caminhoneiros no dia 29 de abril:
Assembleia Legislativa do Distrito Federal
DEPUTADO DISTRITAL VALDELINO BARCELOS
ALÍPIO BELO – ASSESSOR DO DEPUTADO VALDELINO
Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos – CNTA
DIUMAR BUENO – PRESIDENTE
WAGNER JONES ALMEIDA – RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
ALZIRO DA MOTTA SANTOS FILHO – ASSESSOR
CLEVERSON KAIMOTO – ASSESSOR
MARLON MAUES – ASSESSOR
Federação dos Transportadores Autônomos de Cargas do Estado de Minas Gerais – FETRAMIG
GILMAR CARVALHO – PRESIDENTE
Federação dos Trabalhadores Autônomos de Cargas do Espírito Santo – FETAC
EDICARLOS GELAIN – PRESIDENTE
Associação Brasileira dos Caminhoneiros – ABCAM
JOSÉ DA FONSECA LOPES – PRESIDENTE
Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga – SINDITAC-GO
VANTUIR – PRESIDENTE
SILVANO MAMEDE – CONVIDADO
Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga – SINDITAC-SJC
EVERALDO BASTOS – PRESIDENTE
Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga – SINDITAC-Ribeirão Preto
LUCÉLIA PELEGRINI
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens – SINDICAM-LONDRINA/PR
CARLOS DELLAROSA – PRESIDENTE
Sindicato dos transportadores Rodoviários Autônomos de Bens – SINDICAM-GOIÂNIA/GO
VANDERLI CAETANO – PRESIDENTE
HÉLIO BESSA – DIRETOR FINANCEIRO
Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais
PLINIO DIAS – PRESIDENTE
Sindicato dos Caminhoneiros de Catalão/GO
ESMERALDO BARBOSA – PRESIDENTE
Caminhoneiros Autônomos:
WANDERLEI DEDECO
WILLIAM CASSOL
GUILHERME FERNANDES
PAULO HENRIQUE
LEANDRO GAVELUK
FABIANO MÁRCIO DA SILVA –
THIAGO LANA
GILSON QUEIROZ DA SILVA
Ministério da Infraestrutura:
MARCELO SAMPAIO – SECRETÁRIO-EXECUTIVO
VIVIANE ESSE – SECRETÁRIA-EXECUTIVA ADJUNTA
GENERAL JAMIL MEGID – SECRETÁRIO NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES
>> “Governo molha lenha seca na gasolina e joga na fogueira”, diz representante dos caminhoneiros
SEM GREVE GERAL O BOZO VAI CONTINUAR ENGANANDO O POVO, FORA BOZO.
Esse ‘acordo’ irá durar até quando? Até o próximo aumento do diesel ? Hoje mesmo já houve aumento no preço do barril de petróleo, esse a Petrobrás (por medo da greve), empurrará com a barriga e não o repassará aos preços nas bombas (segundo a mesma, amargando mais um prejuízo), mas e o próximo, e o próximo, etc..Ou seja, só postergaram algo iminente, esses caminhoneiros, divergem entre si, não se entendem, cada um diz ser mais ‘chefe’ que o outro, diz possuir mais poder e associados que o outro, logo, o que um sindicato afirma, o outro como forma de retaliação e picuínhas arrisca fazer o oposto. Aguardemos!