O candidato Jair Bolsonaro (PSL) divulgou hoje (sexta, 19) uma pequena entrevista, com cerca de quatro minutos, com comentários sobre reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre o uso ilegal do WhatsApp para disseminar, de forma massiva, conteúdo contra o adversário, o petista Fernando Haddad, e seu partido. Segundo a matéria, empresas pagam para impulsionar conteúdo contra a campanha adversários por meio do aplicativo de comunicação – prática que configura crime eleitoral, pois caracteriza doação de campanha por empresas, o que a legislação proíbe. Por ter sido chamado de “criminoso” por Haddad, adianta Bolsonaro, o petista enfrentará processo judicial.
“O próprio candidato do outro lado, ao me acusar de criminoso, com toda a certeza responderá a um processo nesse sentido. Nós não precisamos mentir para mostrar a verdade sobre quem é o senhor Haddad e quem foi o PT ao logo de 13 anos”, diz Bolsonaro.
Veja a entrevista:
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Bolsonaro foi um dos convidados, mas não compareceu, ao projeto “Encontro com presidenciáveis”, série de entrevistas que o Congresso em Foco promoveu com o canal MYNews com os candidatos à presidência. O ex-capitão teria sido entrevistado no mesmo dia (6 de setembro) em que sofreu o atentado a faca, em Juiz de Fora (MG), que quase o levou à morte. Além de Haddad, participaram das sabatinas, no início de setembro, Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (Psol) e Henrique Meirelles (MDB). Veja aqui todos os quatro vídeos.
Em vantagem na corrida presidencial, o candidato tem preferido produzir conteúdos por meio de suas redes sociais, onde tem milhões de seguidores, em vez de conceder entrevistas para o maior número possível de veículos de imprensa ou participar de debates em emissoras de rádio e TV – ontem (quinta, 18), ele já disse que não enfrentaria Haddad em debates. Além de alegar que se recupera de duas cirurgias e dos “15 quilos” perdidos nas últimas semanas, ele admite que não se expor em debates é uma “estratégia” e diz que ela já foi usada até pelo ex-presidente Lula (PT) em outras eleições.
Na entrevista veiculada hoje (sexta, 19), oex-capitão do Exército, ele opta pela desqualificação do jornal já na primeira reposta, depois que o interlocutor começa a entrevista dizendo que o candidato é o principal alvo de acusação de ter se beneficiado da “indústria de fake news”. O entrevistador diz ainda que a reportagem da Folha “está sendo utilizada pelo candidato do PT” nesta reta final da campanha.
“Primeiro, a matéria vem da Folha de S.Paulo. E a manchete [“Empresas bancam disparo de mensagens contra o PT nas redes sociais”] não condiz com a matéria em si. Na matéria, em nenhum momento eu sou acusado, minimamente, de estar comandando ou ter contratado empresas, robôs, para fazer uma campanha contra quer que seja”, diz o deputado.
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