Ninguém teve até agora, à exceção de Alckmin, a ousadia de admitir ou recomendar a Aécio não participar da eleição sob o argumento de cuidar da própria defesa, já que o senador é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de justiça. A denúncia contra Aécio teve como base a delação de executivos da J&F, divulgada em 2017, na qual Aécio foi flagrado, em gravações, pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, para, segundo ele, pagar despesas com advogados. Além desse, ele responde a outros oito inquéritos da Lava Jato na mesma corte.
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O futuro político do senador é assunto proibido nas hostes tucanas. Sua assessoria disse que ele ainda não bateu o martelo. Anastasia informou que está aguardando a decisão do colega de partido, “que será tomada em momento adequado”. O que mais incomoda Aécio não é o fato de ficar sem mandato, já que o foro privilegiado foi alterado pelo STF, mas a perda de oportunidade de enfrentamento histórico com a rival Dilma Rousseff (PT), que disputará a eleição ao Senado por Minas e para quem perdeu a disputa presidencial em 2014.
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“Há uma vontade clara da maioria, mas ninguém tem autoridade para vetá-lo. Todos que estão aí se beneficiaram de alguma maneira da trajetória eleitoral bem-sucedida dele, mas é um consenso de que a situação complica a do Anastasia e do Alckmin. Não há ambiente para ele. Se ficar de fora, vai diluir bastante o desgaste”, disse um deputado tucano e integrante da executiva estadual.
Nos bastidores, a decisão de Aécio, de nada concorrer este ano, já é tratada como definitiva entre os principais aliados. “Não é que porque ele não quer, mas porque sua rejeição impede uma eleição. O melhor a fazer é cuidar da própria defesa”, avalia.
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Condições de Anastasia
Depois de meses negando a possível pré-candidatura a governador, Anastasia fez duas condições para mudar de ideia: a de que teria inteira liberdade de definir a composição da chapa eleitoral e também a de sua equipe. A posição foi entendida como uma maneira elegante de vetar a participação de Aécio e sua irmã, Andrea, na campanha eleitoral.
Sem Aécio na chapa, Anastasia poderá manter o discurso que colocará em xeque a capacidade administrativa do petista, que impõe atrasos consecutivos nos repasses orçamentários aos outros poderes e nos repasses constitucionais aos municípios, além do parcelamento de salários de boa parte dos servidores.
Anastasia vai explorar ainda a presença de Dilma de outra forma. Na tática tucana, ela representaria o fiasco petista na gerência administrativa e das contas públicas. O objetivo é fazer com que ela e Pimentel sejam vinculados ao desastre das contas públicas nacionais e estaduais e aos desvios que culminaram na Operação Lava Jato.
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