Pelo menos oito cidades brasileiras serão administradas por prefeitos indígenas a partir do próximo ano. Em 2016, seis indígenas saíram vitoriosos na disputa pela prefeitura. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Adotando a mesma classificação do IBGE, esta é a segunda eleição municipal em que a Justiça Eleitoral pediu que os candidatos declarassem sua cor/raça no momento do registro da candidatura. Portanto, não é possível estabelecer comparações com eleições anteriores.
Ao todo foram 2216 candidaturas indígenas no país. Dentre elas, 40 eram para prefeituras – 6 mulheres e 36 homens. Todos os estados apresentaram pelo menos uma candidatura indígena.
O primeiro prefeito indígena eleito no Acre, em 2016, o ashaninka Isaac Piyãko (PSD), foi reeleito com 53,9% dos votos. Na cidade de Marechal Thaumaturgo foram às urnas pouco mais de 8.600 eleitores. 17, 8% de abstenções.
Eliselma Silva de Oliveira (DEM) foi a única mulher autodeclarada indígena a ser eleita prefeita. Ela vai administrar o município de Marcação, na Paraíba, em seu segundo mandato. Ela é da etnia potiguara.
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Em Roraima, no município de Uiramutã, com 42,49% dos votos, foi eleito Tuxaua Benisio (Rede), com seu vice-prefeito Professor Jeremias. Wenston Paulinho Berto Raposo (PSD), o Dr. Raposo, é o novo prefeito de Normandia(RR).
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Prof. Lennon Corezomaé, do povo Balatiponé, eleito vereador do município de Barra do Bugres, em Mato Grosso.
Conheça outros candidatos autodeclarados indígenas eleitos prefeitos:
- Clovis Moreira Saldanha, conhecido como Clovis Curubão, foi eleito prefeito do município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
- Antonio Telmo Noia, conhecido como Tony de Campinhos, prefeito de Pariconha, no Alagoas
- Jair Xakriabá (Republicanos), eleito prefeito de São João das Missões, em Minas Gerais
- João Roque Kaingang (MBD), prefeito de Entre Rios, município de Santa Catarina.
A organização de comunicadores indígenas Mídia Índia, que reúne indígenas de todo o país, apurou os seguintes candidatos a vereadores eleitos no estado do Pará. Em suas mídias sociais, a organização tem postado os resultados das eleições, com este recorte de raça/cor, para todo o país.
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Sub judice
Em Pesqueira, município de Pernambuco, o candidato à prefeitura Marquinho Xukuru (Republicanos), conhecido como Cacique Marquinho, teve sua candidatura anulada. O motivo foi por ter sido condenado em um processo contra patrimônio privado. Apesar de ter tido 51,6% dos votos, o candidato não foi eleito e recorre da decisão. Caso ele não seja eleito, quem assume a prefeitura de Pesquira será sua adversária Maria José (DEM). Declarada como parda, ela recebeu 15.562 (45,5% dos votos válidos).
*Thaís Rodrigues é repórter do Programa de Diversidade nas Redações realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative.
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Ainda bem.
Prova que a democracia funciona e que as etnias continuam existindo, embora misturadas com a cultura nacional.
Pelo que se lê no UOL, os índios estão acabando, o que não é verdade.