O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou nesta sexta-feira (24) seu pedido de renúncia ao cargo ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Em nota enviada para a Comissão de Valores Mobiliários, o banco informa que Novaes ficará no cargo até agosto, em data a ser definida e “oportunamente comunicada ao mercado”.
De acordo com o comunicado, Rubem Novaes entende que a instituição precisa de “renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”. Ainda não foi informado o substituto de Novaes.
Veja a íntegra do comunicado:
FATO RELEVANTE
Em conformidade com o § 4º do art. 157 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e com a Instrução CVM nº 358, de 03 de janeiro de 2002, o Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário.
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2. Sendo aceita a renúncia pelo Presidente da República, a indicação do novo presidente do BB deverá acontecer na forma do artigo 24, inciso I do Estatuto Social do BB.
Publicidade3. Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado.Brasília (DF), 24 de julho de 2020.
Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo
Vice-Presidente Gestão Financeira e Relações com Investidores
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Economista com mestrado e doutorado pela Universidade de Chicago, Rubem Novaes foi anunciado para presidir o banco ainda em 2018, depois da indicação do ministro Paulo Guedes. Novaes também teve passagem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e foi presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, cujo teor foi levantado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Guedes defendeu a venda da instituição, que tem capital misto. O governo “tem que vender essa porra logo”, disse o ministro em determinado momento da reunião.
“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar ‘bota o juro baixo’, ele: ‘Não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ Aí, se falar assim ‘bota o juro alto’, ele: ‘Não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, declarou o ministro.
No diálogo, Guedes insistiu na defesa da instituição, ao que o presidente Bolsonaro interviu dizendo que a privatização do banco “só se discute, só se fala em 2023”.
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