A derrubada da definição de regras mais duras para o abono salarial na votação da reforma da Previdência tensionou a relação entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e senadores.
Congressistas favoráveis à reforma reclamam da falta de articulação do governo. Para eles, foi despropositada a reunião de Guedes com um grupo de senadores no mesmo momento em que o texto era votado na Comissão de Constituição e Justiça, nessa terça-feira. O ministro, por outro lado, também está insatisfeito com os congressistas e cancelou uma série de reuniões que teria hoje com líderes partidários.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que vai conversar com Guedes na quinta-feira (3) para fazer a reforma avançar.
Na noite de terça-feira (1) a reforma foi desidratada porque os senadores rejeitaram parte da proposta que restringia o abono salarial.
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), elogiou a presidente da CCJ por conseguir o quórum, ou seja, a quantidade mínima de presentes para sessão iniciar.
“Não chegou a atrapalhar, pois a presidente Simone Tebet mandou um senador ir correndo pedir aos senadores que fossem votar. Se o momento da reunião foi inoportuno, a resposta é sim”.
Para o líder do partido do presidente Jair Bolsonaro, o pior que poderia ocorrer no primeiro turno já passou. O problema agora, segundo ele, é destravar a votação para o segundo turno, hoje em data ainda incerta.
“Ontem à noite faltou voto. Apenas três senadores foram embora. O problema foi o volume de senadores insatisfeitos por múltiplas razões”, disse Olimpio ao Congresso em Foco.
A supressão feita pelos senadores deve reduzir em R$ 76,4 bilhões a economia pretendida pela equipe econômica com a reforma. Em resposta, Guedes mandou sua assessoria estudar mudanças no pacote do chamado pacto federativo. Reduzir repasses para estados e municípios é medida que costuma causar problemas em votações, como mostra a própria discussão sobre o repasse de recursos do leilão do pré-sal aos entes federativos.
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