O governo federal projeta para 2020 um déficit de R$ 905,4 bilhões para as contas do setor público consolidado, que englobam o governo, os estados, municípios e empresas estatais. O resultado é a soma das seguintes previsões: rombo primário nas contas do governo de R$ 880,5 bilhões; déficit de R$ 23,6 bilhões nos estados e municípios; e resultado negativo de R$ 1,2 bilhão nas estatais.
Os dados atualizados foram apresentados nesta sexta-feira (30) pela equipe econômica em balanço do impacto das medidas de combate ao novo coronavírus. Os valores consideram o resultado primário, ou seja, não levam em conta os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.
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Na previsão anterior, apresentada em setembro, o déficit primário previsto era de R$ 895,8 bilhões ao fim deste ano. Até o fim do ano, as projeções podem sofrer novas alterações.
“Os dados nos mostram que o fundo do poço ficou em abril e maio, tanto em termos de arrecadação, quanto de atividade econômica”, disse o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, em coletiva para detalhamento dos dados.
Ações de combate à covid-19
Segundo a Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, o impacto total das medidas de combate à covid-19 – incluindo gastos e renúncia de arrecadação – soma R$ 615 bilhões. As despesas totais têm o maior impacto, somando R$ 587,5 bilhões. Só o auxílio emergencial – benefício pago a trabalhadores informais que inicialmente foi de R$ 600 e passou para R$ 300 nos quatro últimos meses do ano – é estimado em R$ 321,8 bilhões.
Além dos gastos, também são consideradas as renúncias de arrecadação, tais como a desoneração temporária de IPI para bens necessários ao combate à covid-19 a redução temporária das alíquotas de importação bens de uso médico-hospitalar.
Os números foram calculados levando em conta uma queda de 4,98% do PIB em 2020, que é o resultado esperado pelo mercado financeiro segundo o último boletim Focus do Banco Central.
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