O curta-metragem “Entre Parentes”, de Tiago de Aragão, foi um dos premiados pelo 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A produção, que teve apoio do Congresso em Foco, ganhou em três categorias na Mostra Brasil: melhor curta-metragem pelo júri oficial; melhor fotografia, com Alan Schvarsberg, e Aquisição Prime Box Brasil. O filme acompanha a maior mobilização indígena ocorrida em Brasília após o impeachment da ex-presidente Dilma durante a 14ª edição do Acampamento Terra Livre, em abril de 2017, e mostra a articulação da bancada ruralista nas CPIs da Funai e do Incra 2 e na tentativa de aprovação de projetos contrários aos interesses dos povos indígenas.
“Ser premiado na 51ª edição do Festival de Brasília tem um caráter especial, por se tratar de um evento com tradição em refletir em sua curadoria o momento político do país, que hoje tem suas instituições democráticas colocadas em xeque e os direitos dos povos originários sofrendo ameaças constantes”, diz Tiago Aragão.
“Entre Parentes” será reprisado no Cine Brasília, às 18h desta quinta-feira (27), durante a reapresentação de filmes premiados.
Segundo o diretor, o filme retrata também a resistência dos povos indígenas. “Por um lado, a bancada ruralista tenta tratorar os direitos indígenas, por outro, os povos indígenas consolidam uma resistência perene que tem sido capaz de barrar as investidas contra suas conquistas constitucionais. A situação dos direitos indígenas no Congresso Nacional passa a ser um exemplo do atual risco em torno dos direitos das minorias”, observa. “Com a ajuda do Congresso em Foco, parceiro desse filme, conseguimos nos aproximar desse universo de tensões e disputas”, acrescenta.
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Em artigo publicado pela Revista Congresso em Foco, Tiago mostra como a chamada “Casa do povo” é refratária aos povos indígenas e movimentos sociais. O 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi encerrado no último domingo (23).
Podem falar de quanto foi a “boquinha” da Lei Rouanet, hein?