A deputada Bia Kicis (PSL-DF) cumpre o seu primeiro mandato na Câmara. A reforma política em diversos âmbitos é uma das suas principais pautas, “eu estou entrando na política, porque eu acredito que a política é o único meio da gente mudar as coisas” afirma. A partir de um discurso ligado a renovação política, a deputada do PSL pega carona na onda Bolsonarista e passa a ocupar uma das cadeiras na Câmara como a terceira deputada mais bem votada no Distrito Federal.
>Escola Sem Partido deve voltar à pauta após reforma da Previdência
Bia Kicis conta que entrou para a política fortemente incentivada pela pauta do empreendedorismo, por perceber as dificuldades enfrentadas pelos pequenos empreendedores do país e acreditar que o Brasil precisa passar por uma desburocratização, e que este é um dos pontos que vai impulsionar o retorno do crescimento econômico do país.
Leia também
Outra pauta que marcou a sua militância política foi a criação do Projeto Escola sem Partido, sendo uma das criadoras do projeto, Bia Kicis defende o avanço do projeto em todo país.
A deputada foi escolhida pelo público como a melhor deputada na Categoria Empreendedorismo no Prêmio Congresso em Foco 2019. Confira a entrevista concedida pela deputada para a Revista Congresso em Foco na ocasião da sua premiação:
PublicidadeEssa nova direita que ascendeu no Brasil, que a senhora faz parte, que o presidente Bolsonaro faz parte e está agora no poder, não só na Câmara, mas também na presidência, como a senhora vê essa ascensão e por que ela aconteceu nesse momento?
Bom, em primeiro lugar pode até ser que sempre tenham existido pessoas de direita na nossa sociedade até mesmo porque a gente sabe que a sociedade brasileira é na sua maioria conservadora, mas as pessoas até pouco tempo tinham até receio, vergonha de falar que eram de direita, porque há muito tempo a esquerda domina a narrativa e tomou pra si o monopólio das virtudes. Então, era como se você fosse de direita isso significaria que você é uma pessoa ruim, um capitalista selvagem, algo desse tipo. Mas, aos poucos essa ilusão, essa falácia foi sendo desconstruída e hoje as pessoas se afirmam de direita, porque não acreditam mais nesse monopólio da virtude da esquerda. E até pelo contrário, os governos de esquerda dos últimos tempos se mostraram governos bastante corruptos, sem nenhum patriotismo e que destruíram aí a nação.
Qual é a relevância do Paulo Guedes para a formação desse posicionamento mais liberal do governo?
Isso é muito importante. Porque o Paulo Guedes veio para coroar um trabalho que veio sendo feito até pelo próprio Bolsonaro como deputado ainda, uma pessoa muito nacionalista, de formação militar. Então no início, quando eu conheci o Bolsonaro em 2014, eu vi [que] ele tinha uma visão muito nacionalista. Ele foi aos poucos conhecendo pessoas. Eu tive a oportunidade de apresentar pessoas liberais, estudiosos e ele tinha muito interesse em aprender. O Paulo Guedes fala que o Bolsonaro aprende muito rápido. Ele ia conhecendo as pessoas, fazendo perguntas, apresentei para ele também, por exemplo, o Luis Phillipe de Orleans e Bragança que hoje é deputado, meu colega, ele fez uma bela explanação sobre os sistemas de governo, falando sobre o liberalismo e ele foi conhecendo muitas pessoas o Winston Ling, que é outro empresário liberal que eu apresentei ao presidente. Ele foi ficando muito curioso, bastante aberto, claro que preservando ideias dele de proteção a soberania do país e uma série de coisas, mas ele se abriu para o liberalismo econômico e o Paulo Guedes foi a cerejinha do bolo, que veio coroar isso.
Qual é a importância do Paulo Guedes na eleição do presidente Bolsonaro?
Embora o Paulo Guedes sempre diga que o presidente Bolsonaro foi eleito pelo o seu conservadorismo pelo o seu posicionamento de direita e não pela economia. Eu tenho a convicção de que o presidente foi eleito por tudo isso, mas, também num determinado momento o Paulo Guedes trouxe para a base do presidente, muitos liberais, pessoas que antes tinham uma grande resistência ao nome Bolsonaro, que com a vinda do Paulo Guedes, e em seguida de outros empresários como o Luciano Hang e o Salim Mattar. Isso aí foi muito importante para que ele pudesse vencer as eleições com a margem que ele venceu.
Esta pauta do empreendedorismo está diretamente ligado com a retomada do crescimento do país?
Com certeza absoluta. A gente precisou passar primeiro pela reforma da previdência, que não é assim uma reforma feliz, que todo mundo almeja, não. Ela é um remédio amargo, mas a gente precisava disso. Agora a gente tem que fazer a reforma tributária também e agora a gente precisa fazer muito esforço, muito trabalho concentrado. Inclusive revendo leis que atrapalham o empreendedorismo. Cuidar do pequeno empreendedor. Isso certamente é a bandeira para o crescimento do país, é a saída que a gente tem.
A senhora abriu a entrevista falando do deputado Luis Philippe de Orleans e Bragança. Como a senhora vê o movimento monarquista? Sei que a senhora tem proximidade, a senhora concorda com o movimento monarquista? A senhora se considera monarquista?
Não, eu não me considero uma monarquista, eu tenho vários amigos monarquistas. Entendo a bandeira deles. No início eu achava uma coisa excêntrica. Quando eu fui estudar e vi como se deu a proclamação da república, eu vi que realmente, a proclamação da república foi um golpe na época. Eu entendo essa vontade de voltar, quando eles olham para monarquias, que existem hoje, que são sólidas. Você tem um rei que é um mediador que trabalha pelo bom andamento da democracia, eu acho que não é uma coisa infundada. Eu acho que a gente pode continuar sendo uma república, embora o início, a origem da república não tenha sido boa, não era vontade do povo que fosse proclamada a república, nós tínhamos um monarca que era apaixonado por esse país. Mas, hoje a gente já tá aqui e não que seja preciso voltar, mas também não acho que seja uma coisa absurda, não. Pode até ser que esse movimento um dia cresça. Eu não vejo necessidade de voltarmos a ser uma monarquia, eu acho que a gente pode conseguir organizar essa república.
E o parlamentarismo a senhora acredita num movimento mais parlamentarista?
Olha, eu nunca fui parlamentarista. Mas, a gente tem um sistema presidencialista complicado pra caramba. Que a gente vê que na nossa Constituição foi feita uma Constituição parlamentarista, de repente não veio o parlamentarismo, então é complicado o nosso presidencialismo. Então, eu acho que a gente precisa arrumar a casa realmente, mexer na Constituição e talvez até fortalecer o presidencialismo, de certa forma a gente precisa mudar, a nossa forma de governo aqui que é complicada. Também não vou dizer que sou contra o parlamentarismo também não. Tem muitas boas ideias acho que os dois sistemas podem ser bons, isso vai depender muito de quem estiver a frente, vai depender muito da participação do povo. O grande problema é que o povo se afastou da política e deixou nas mãos de quem não soube cuidar do povo. Eu acho que é por aí.
A senhora foi a terceira mais bem votada no DF e chegou aqui no parlamento aplicando aquela teoria que a senhora acredita que seja a melhor. Quais são os principais projetos, da senhora, na prática, aqui dentro?
Eu acho que um dos assuntos principais é a gente trabalhar reforma política, isso é muito importante, a gente devolver ao brasileiro a segurança, que o brasileiro não tem. É até difícil você empreender porque você abre um negócio, você é assaltado, depois você é assaltado de novo. A segurança pública ela é base pra você ter uma nação saudável, então uma das principais bandeiras minhas sem dúvidas é a segurança pública é o empreendedorismo e também na questão da reforma política, eu quero trazer de volta o voto impresso. Eu já protocolei PEC 132 porque eu entendo que o eleitor brasileiro é tratado como um eleitor de segunda categoria, não é respeitado, é o único país no mundo que existe urna eletrônica sem voto impresso. Então o brasileiro é muito desrespeitado e eu quero resgatar inclusive a autoridade do Congresso Nacional. Uma outra bandeira muito importante pra mim é o combate ao ativismo judicial, e outra bandeira fortíssima é o Escola sem Partido, então a gente quer promover uma limpeza para que as instituições funcionem de forma decente. Eu tenho um instituto, que eu criei, que é o Instituto Resgata Brasil, eu tenho como muito importante resgatar as instituições, não podemos atacar as instituições, nós temos que tirar das instituições as pessoas que são nocivas para as instituições, mas a democracia só é forte se você tem instituições fortes.
Que rumos a gente precisa tomar para diminuir a desigualdade social no país?
Isso é muito importante, né? Porque ao mesmo tempo que a gente acredita na meritocracia que a gente quer ajudar os empreendedores, a gente tem que pensar o seguinte: A desigualdade ocorre porque ninguém nunca olhou para o povo de verdade, para o povo carente deste país. Não importa os governos que tiveram, não olharam, então a gente precisa olhar para eles. E por exemplo, o presidente Bolsonaro o que ele fez com a Bolsa Família que diziam que ele ia acabar, não acabou, melhorou e ainda deu o 13º, então você tem que cuidar daquelas pessoas que estão em situação de miserabilidade e tirá-las dessa situação. E aí vem o passo mais importante que é o de você dar condições para que essa pessoa cresça. O grande problema das desigualdade é que as pessoas mais simples, mais humildes e pobres, elas são tratadas de uma forma para permanecerem nessa condição. O capitalismo favorece para que as pessoas cresçam e se desenvolvam, então é disso que nós temos que cuidar. Temos que cuidar de quem precisa ser cuidado, tem que ter o assistencialismo sim, no primeiro momento, não podemos abandonar quem está em situação de fragilidade, cuidar dessas pessoas e depois dar a elas treinamento, capacitá-las, para que elas possam crescer e se libertar do estado. O estado hoje ele é quem escraviza as pessoas as pessoas precisam se libertar do estado.
> Governo de SP vaza dados privados de mais de 28 mil pessoas
Falou, falou e não disse nada, como a maioria dos bolsonarista. São todos patéticos…