Eduardo Fernandez Silva*
O mundo inteiro viu o Queiroga fazer o gesto obsceno. Conforme o dicionário, obsceno é algo “contrário ao pudor, que fere o pudor”.
O gesto obsceno agride. Revela raiva, descontrole, deseducação, despreparo e ódio. Pior quando feito por um ministro de estado que, entre suas funções inclui-se (ainda que talvez de forma não escrita) dar exemplos. Não qualquer exemplo, mas bons exemplos.
O que são bons exemplos? Instruir, dialogar, acalmar, orientar, pacificar, respeitar, cooperar, ajudar, e por aí vai. Não se incluem na categoria “bons exemplos” manifestações de ódio, raiva, desrespeito, deseducação e assemelhados. Sem alargar em demasia o sentido da palavra, também são gestos obscenos mentir, roubar, acobertar o mal feito, contrariar a lei, torturar, pegar o pirão primeiro quando a farinha é pouca, …
Um ministro faz um gesto obsceno e nada lhe acontece? É bem
possível que a primeira e, talvez, única consequência, tenha sido seu chefe cair numa gargalhada debochada e obscena. Além disso, o quê?
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Ambas “otoridades” deram exemplos que perdurarão e deseducarão a população.
PublicidadeAssim deseducados, qual futuro esperar?
Há ampla concordância de que a educação é ponte para uma vida melhor. Ao contrário, deseducação e obscenidade destroem pontes. Como mudar esta realidade cheia de atitudes e falas deploráveis e deseducadoras?
Creio que a resposta a esta última pergunta é cada um de nós pensar e sugerir ideias e ações que possam ajudar a superar a atual condição. Sugerir dialogando sempre, cooperando, dando bons exemplos, ajudando a definir e a alcançar objetivos que possam ser atingidos em quatro anos, um mandato eletivo.
São exemplos de atitudes que podem nos ajudar a construir tal nova realidade a correção, a decência, a integridade, a seriedade, a íntegra relação com terceiros. Todas essas palavras, por sinal, tidas em dicionários como opostas à “obsceno”. Temos também que evitar as atitudes que possam ser classificadas como sinônimos de obscenidade: deplorável, devasso, abominável, execrável, horrível, feio, ignóbil! Todas essas, vergonhosamente, atribuíveis ao ministro do gesto obsceno e a quase todos os seus colegas “otoridades”.
Em tempo: Queiroga estava infectado. Pegar Covid-19 não é um gesto obsceno; não usar máscara, correr o risco e, de fato, contaminar outros, é. Fazer quarentena num caro hotel em Nova Iorque às custas dos contribuintes, também!!!
*Eduardo Fernandez Silva é economista e ex-diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados
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