Não bastasse atrasar a publicação do novo decreto que ressalva da redução do IPI os produtos da Zona Franca de Manaus, o que coloca em risco 500 mil empregos diretos e indiretos, os economistas do governo seguem jogando contra o Brasil. O Banco Central anunciou o nono aumento da Selic, taxa básica de juros, de 10,75 para 11,75, o maior desde 2017.
Proponho refletir sobre os efeitos da medida nas contas públicas e na vida real do povo. O governo se nega a discutir o piso dos enfermeiros e dos agentes comunitários de saúde e endemias, o aumento os salários dos professores e dos beneficiários do Auxílio Brasil por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com isso economiza valores menores, mas, numa tacada só, mexe na taxa de juros e aumenta a dívida pública brasileira em R$ 32 bilhões, enriquecendo ainda mais os detentores de títulos da dívida.
O Banco Central norte-americano aumentou a taxa básica de juros em 0,25, quatro vezes menos do que o BC brasileiro, só que a inflação dos EUA em 2021 foi de 8% contra 11% do Brasil. Por isso, o BC tem o dever de explicar, matematicamente, porque quem tem inflação maior aumenta 4 vezes mais os juros, o que ajuda na escalada da inflação. As justificativas são apostas que só o Banco Central faz: forte crescimento do PIB – soma das riquezas do país e o barril do petróleo chegar a $ 100 dólares em 2022.
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Entrarei com requerimento com base na Lei de Acesso à Informação para que o Banco Central dê mais transparência às razões que levam a medidas como essas. Para controlar a inflação aumentando os juros, agravando mais o choque de oferta e reprimindo o consumo do brasileiro de comprar arroz, feijão e gás de cozinha, aumentando a dívida pública em R$ 32 bilhões -a ser paga pelo povo, não precisa ser economista. Basta ser insensível.
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