O presidente Jair Bolsonaro perdeu a oportunidade de se tornar um grande estadista ao enfrentar a maior crise sanitária e econômica do Brasil. Zombou da pandemia, se negou a tomar medidas urgentes, confrontou a ciência e estimulou tudo o que agravava a pandemia, com aglomeração, indo contra a vacina e contra o uso da máscara.
Mas não existe vácuo de liderança em se tratando de política, de crise sanitária. Alguém precisa chamar a responsabilidade para si e é isso que o Congresso Nacional está fazendo. Se o presidente se porta como um incapaz, a tutela da gestão do enfrentamento à pandemia passa para as mãos do Parlamento.
Acertadamente os presidentes das duas Casas Legislativas vêm promovendo diálogo com especialistas da saúde, da economia, com players do mercado e até mesmo com outros países – como fez o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao contatar a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris – para darmos respostas rápidas à população.
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Bolsonaro nunca passou para os cidadãos a sensação de segurança. Mentiu. Minimizou danos. Se recusou a agir. Tomou medidas meramente eleitoreiras temendo a retaliação nas urnas em 2022.
O resultado são mais de 300 mil mortes, em vez das 800 que ele afirmou que ocorreriam. É um endividamento de R$ 700 bilhões, muito mais que os R$ 5 bilhões que ele avaliou que seriam suficientes para combater a pandemia. É desemprego, é miséria, é passar vergonha a nível internacional. São fronteiras fechadas para nós. É instabilidade econômica, afastando investidores. Tudo isso apenas para se firmar como um autoritário no poder que não reconhece os próprios erros. “Quem manda sou eu”, repete ele constantemente. Isso é uma democracia, presidente, não uma monarquia. Se fosse, poderíamos dizer que “o rei está nu”, como no conto de Hans Christian Andersen.
Sempre defendi a separação dos poderes, a não interferência. Mas o que podemos fazer quando o chefe de Estado não exerce o papel para o qual foi eleito? Alguém precisa agir. Em plena crise vamos deixar a população, à própria sorte? Não podemos cruzar os braços enquanto pessoas morrem, enquanto o país afunda. E não dá para ter proximidade e estabelecer ações conjuntas com um presidente que permanece em negação pregando tudo o que não funciona, numa administração desastrosa.
PublicidadeVamos pautar e votar matérias de enfrentamento à pandemia, de recuperação nacional e atenção social para reverter esse quadro antes que seja tarde demais. Não dá para esperar as reações de Bolsonaro que só visam restabelecer a popularidade. Ou pior, não dá para esperar chegar outubro de 2022 para que ele tome uma atitude de líder de uma nação.
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É tá dificil, temos um presidente mentiroso e sociopata, tivemos uma presidanta incapaz e conivente com a robalheira, tivemos um outro que é ladrão e mentiroso. Tá difícil de este País andar.
Grande Vinicião, antes de acusar o Executivo, porque vc não reune a sua turma e propõe uma PEC de revisão do ART 23 da Constituição?…Dando ao Executivo a liderança formal nos assuntos ligados a saúde pública,meio ambiente e segurança pública, acabando com essa tal de liderança compartilhada.Vc acha que alguem lidera alguma coisa junto com 5500 prefeitos e 27 governadores?No cenário atual, qualquer movimentação fora do quadradinho o Presidente seria tachado de ditador e vc próprio estaria aqui boquejando se o Pr tomasse alguma atitude fora do que tá escrito!
Qualquer jornalistas de esquerda, deputado federal ou senador que protegem o presidente do impeachment por medo do General Mourão, são cúmplices das mortes e devem ser julgados por isso.
Assumam o general Mourão como presidente que dói menos.
LEMBREM-SE, as forças armadas têm muito a perder se imporem a ditadura no Brasil, inclusive o pouco poderio militar que eles mal possuem.