Já ouvi de diversas pessoas, tanto do Poder Público quanto da iniciativa privada, que a política é uma das áreas de conhecimento e de atuação que menos se inova. Mas na verdade o que percebo é o contrário.
Inovação significa criar algo novo ou que pouco se parece com padrões anteriores, e está relacionada ao resultado, ao que se entrega. Inovação também significa fazer mais com menos, com mais eficiência, a partir de técnicas novas, e essa parte do conceito está relacionada ao processo.
E vendo por essa perspectiva a percepção é que sim, hoje a política e as relações governamentais são caracterizadas por muitas inovações, tanto nos resultados de políticas inovadoras quanto também, e principalmente, nos processos. O resultado nas inovações políticas, as políticas públicas, vêm principalmente das disrupções de mercado e tecnológicas que desafiam os gestores a formularem políticas públicas para liderem com a nova realidade e trazerem transformações sociais.
Ainda, o desapego à “solução de sempre”, que é a oferta de incentivos fiscais, trazido à nossa cultura em decorrência da austeridade implementada no governo nos últimos anos, desafia gestores de políticas e lobistas a pensarem fora da caixa e proporem inovações políticas “fazendo mais com menos”.
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Digo ainda que boa parte das inovações nos resultados vêm de inovações nos próprios processos. Novas técnicas e metodologias de formulação de políticas públicas, uso de dados, monitoramento político, inteligência, análise e comunicação permitem novas formas de construir políticas públicas. Oficinas de design thinking, uso de robôs, redes de políticas públicas, análises baseada em dados e ciência são apenas alguns novos itens na caixa de ferramentas de lobistas e gestores.
No livro Relações Governamentais e Inovação, diversos autores contamos vários cases sobre como a inovação nos processos de construção permitem a inovação política em setores como na indústria automotiva, no comércio exterior, agronegócio, tecnologia e outros.
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