Silvina Ramal *
O povo brasileiro é tradicionalmente um povo empreendedor. Em 2020, o Brasil subiu da décima terceira para sétima posição do ranking mundial de empreendedorismo do Global Entrepreneurship Monitor. A pesquisa do GEM, realizada desde 1999, é considerada referência no mundo e avalia o espírito empreendedor de diferentes países. Dados do Sebrae mostram que três em cada dez brasileiros adultos possuem empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Essa taxa é maior que a de países como China, Estados Unidos e Índia.
No entanto, nem tudo são flores. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, 600 mil empresas fecharam as portas durante os dois anos da pandemia.
Muitos empreendedores devem estar se perguntando: é momento de empreender ou não? Afinal, vivemos tempos de incerteza. A alta volatilidade que afeta a Bolsa de Valores brasileira desde 2021 reflete a incerteza das grandes empresas que lutam para retomar o crescimento e muitas vezes têm seus esforços frustrados. É fato que os consumidores estão com pouco dinheiro para gastar e cautelosos. No exterior, a guerra na Europa e a crise energética tornam os mercados externos ainda mais instáveis, e para completar o cenário fala-se da ameaça de uma nova pandemia a qualquer
momento.
Leia também
A resposta é: sempre é tempo de empreender, e sempre haverá fatores desfavoráveis ao empreendedor. Não lembro de um tempo em que tivesse lido análises econômicas ou estatísticas apenas com dados positivos ou prognósticos de futuro otimistas. Mas onde estão as oportunidades? Vamos ver alguns exemplos que saltam aos olhos mais atentos ou treinados.
Em primeiro lugar, o mercado de artigos para casa. Desde antes da pandemia, as pessoas passavam mais tempo em suas casas, e é claro que o lockdown potencializou esse hábito. Isso faz com que invistam mais no lugar da moradia. Seja com decoração, segurança, conforto para familiares, amigos e animais domésticos, montagem de um ambiente de trabalho. As casas conectadas deixaram de ser uma promessa futura, cada vez mais temos não só eletrodomésticos inteligentes e conectados como soluções especializadas nessa área.
* Silvina Ramal é mestre em Administração de Empresas pela PUC-RJ, empreendedora pós-graduada em comércio internacional pela UFRJ. Foi professora da PUC e da FGV durante 15 anos , em curso de graduação e pós. É autora de 11 livros sobre empreendedorismo e gestão.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br.
Deixe um comentário