Parte do debate público em torno da questão racial está contaminado por ideologia e não por dados e evidências. De um lado temos Sergio Camargo, presidente da Fundação Palmares, que nega o racismo e se preocupa em bajular um presidente que está capengando no cargo.
Do outro lado temos figuras como Jones Manoel que nega a democracia e o livre mercado. Guru de Caetano Veloso, o historiador acha que estaríamos melhor se estivesses em uma ditadura comunista.
Nesse texto, através de cinco tópicos, quero voltar o debate para uma agenda baseada em evidências e em problemas reais dos negros, não em ideologia.
Saneamento Básico: O Instituto Trata Brasil relata que cerca de 35 milhões de brasileiros não tem acesso a água tratada e 100 milhões vivem sem coleta de esgoto. Em um país como o Brasil e seu contexto social, não precisamos de uma bola de cristal para saber qual grupo étnico sofre mais com esses números. Precisamos urgentemente acelerar a entrada de capital privado no Saneamento Básico Brasileiro. Está claro que o estado falhou. Não há dignidade racial enquanto esta imensa parcela da população brasileira é obrigada a conviver em meio a dejetos.
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Educação Financeira: Enquanto o PSOL discute “lugar de fala”, boa parte dos negros sofrem com o “lugar no Serasa”. Com um oligopólio bancário que dificulta o acesso ao crédito e cria um sistema que te estrangula com os juros, não há outra forma de superar a pobreza que não seja APRENDER A USAR O DINHEIRO. Aprender a usar o cartão de crédito e não cair nas dívidas. Aprender a investir uma porcentagem do salário. Aprender a ser capitalista.
Ensino Técnico: Em um país que 70% dos empregos estão no setor de serviço, o ensino técnico deveria ser tão valorizado quanto o ensino superior. Não adianta discutir cota racial ou social se boa parte dos pobres (negros ou não) nem chegam nas universidades. Não chegam nas universidades, mas chegam (com muito esforço) nos empregos. Então que cheguem qualificados. O principal problema da educação está no ensino básico, uma das principais soluções está no ensino técnico.
Programa Jovem Capitalista: Nos Estados Unidos, apenas 10% dos empreendedores são negros. No Brasil esse número sobe para 51%. Negros são a maioria dos empreendedores brasileiros. Enquanto o PSOL discute apropriação cultural, os negros querem ganhar dinheiro e serem donos do próprio nariz. “A loira colocou uma trança afro? Vou abrir um salão de cabeleireiro pra ganhar dinheiro com isso”. O Jovem Capitalista, projeto idealizado por mim e protocolado pelo deputado Arthur do Val (Patriota-SP) visa solucionar esse problema.
Desburocratização do sistema bancário: 51% dos empreendedores do Brasil são negros! 6 milhões de empreendedores negros movimentam R$ 220 bilhões anuais. Ainda assim, negros têm acesso negado ao crédito três vezes mais do que os brancos. Não é racismo, é endividamento e burocracia na hora de acessar crédito.
O racismo não acabou em lugar nenhum do mundo. Mas há países em que os negros vivem melhor do que em outros lugares.
Enquanto não temos a solução definitiva para esta chaga que acompanha a humanidade desde sua gênese, podemos ao menos tornar a vida dos que mais sofrem em algo menos miserável.
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