Aos críticos da aliança entre Lula e Alckmin, sejam eles à esquerda ou direita, eu pergunto: fora esta chapa, eles conseguem oferecer alguma possibilidade viável de superação ao descalabro bolsonarista? E a terceira via? Além de dizer platitudes, estultices e se trair de maneira contínua, o que está fazendo para se tornar competitiva?
Até agora nenhum dos grupos sequer conseguiu se organizar minimamente para disputar o pleito de forma séria.
Sofrem do complexo de Íbis: têm orgulho de perder, odeiam quem ganha e sempre culpam os outros pelas próprias derrotas.
Há um caminhão de críticas a serem feitas aos governos petistas e como seus erros contribuíram para o estado atual das coisas. Agora a disposição de se fazer política e articulações políticas, não são uma delas.
A revolução não virá amanhã, não em um Brasil que elegeu um reacionário fascistóide há míseros quatro anos atrás. Quem não consegue enxergar isso acena para antipolítica da mesma maneira que parcelas da esquerda e da direita fizeram em 2013. Afinal de contas, a antipolítica é construída a partir da negação do diálogo, da incapacidade de construções coletivas e mediação de interesses.
Essa é a dinâmica da política, as vezes colocará lados opostos lado a lado por um mesmo interesse, em prol de um bem maior. Faça as contas: o que seria desastroso para o país? A reeleição de um delinquente inveterado ou a sua derrota através de um amplo arco de alianças?
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É preciso enxergar a grandeza do movimento realizado pela chapa, diante do descalabro que assola a República, um conservador e um progressista decidiram unir forças contra o mal maior.
Lula poderia ter buscado algum outro aliado na centro-direita menos controverso que Alckmin e Alckmin poderia ter ficado em sua confortável campanha para o governo de São Paulo, mas decidiram juntar forças contra o reacionarismo, enquanto a terceira via sequer consegue ter dois ou três pontos em comum para lançarem uma chapa coerente.
Ser o presidente de fato
Hoje a grande paixão do centrão por Jair Bolsonaro, vem de um fato insólito: Bolsonaro não governa mais o país. Usufruí das prerrogativas e verbas do cargo, mas de fato não é quem toma de fato as decisões que impactam a vida de milhões de brasileiros.
Ainda em dezembro do ano passado escrevi:
“(…) o orçamento secreto coloca o poder de execução orçamentária nas mãos do Congresso Nacional, fazendo com que a figura da presidência seja esvaziada.
E embora crie uma espécie de parlamentarismo informal, fragiliza os partidos e queima a Constituição com o seu sigilo indevido que viola o princípio constitucional da transparência e ainda de quebra, promove uma “mudança” informal de regime.”
Se há algo que caracteriza esse governo, é a baixíssima execução orçamentária das pastas. Com uma horda de Ministros despreparados para os Ministérios que controlam, muitos, sem qualquer conhecimento sobre conceitos básicos da administração pública, não demorou muito para que centrão percebesse e soubesse aproveitar. Principalmente por ser um governo fraco, frágil e com um presidente flagrantemente inepto para a função.
Hoje quem preside o país, movimenta orçamento, financia municípios e obras na educação, saúde até segurança são os deputados Arthur Lira e Ciro Nogueira.
A prova de fogo dessa “paixão” será em junho. Basta ver os movimentos de agora: Lira pediu celeridade na PL das Fake news e tirou a CCJ dos bolsonaristas.
As liberações de emendas do orçamento acabam em junho. E isso contou na hora de recusar Bolsonaro como candidato do PP ao Planalto. Se até lá a situação eleitoral do Bolsonaro não melhorar, seus últimos meses de mandato serão ainda mais humilhantes.
E isso é nada além do que resultado da antipolítica do pseudopresidente do país. Como eu disse logo acima, a antipolítica é construída a partir da negação do diálogo, da incapacidade de construções coletivas e mediação de interesses.
Bolsonaro foi incapaz de realizar qualquer articulação política fora do seu círculo de lunáticos que não fosse lastreada em pagamentos recorrentes e por isso hoje o FNDE e a Codevasf tornaram-se focos de transações nebulosas.
Assim como a pasta da defesa e nossos valorosos militares que hoje atuam igual o centrão! Enquanto houver mamata, haverá apoio incondicional, principalmente se entre os pagamentos tiverem comprimidos de Viagra com superfaturamento de 143%.
Assim como o centrão, infestam os cargos de primeiro e segundo escalão, se enrolaram na lambança das vacinas, com as compras extravagantes de itens luxuosos e agora até mesmo superfaturamento de remédios para disfunção erétil.
É claro que a lambança dos militares com dinheiro público e com comportamentos semelhantes aos dos parlamentares do centrão não surpreende.
Que costurou a vinda do grupo para o núcleo do governo ainda em 2020, foram os próprios militares no Palácio do Planalto em uma tentativa de tentar prolongar o descalabro que é o governo e sobreviver a um possível processo de impeachment.
Um presidente
Isso tudo é reflexo de um país sem governo claro, tomado por seguidos gabinetes, pastas, orçamentos, grupos e todo tudo de coisa “paralela”.
O que está acabando com o país é ausência da política, da arte de se fazer política de verdade, com qualidade, com diálogo, com articulação.
Quem assumir o Brasil após Jair Bolsonaro terá a difícil missão de colocar um este país de proporções continentais nos trilhos e isso só será possível com muita política.
As intensas negociações por apoios, palanques e alianças mostram que Lula quer acabar com esse “parlamentarismo paralelo” e levar a política de volta para a presidência da República.
Em tempo – para que não passe despercebido
A votação do Arthur Do Val no conselho de ética da ALESP mostra que a casa não tem mais espaço e paciência para a nova política. Houve falas críticas sobre a atuação de parlamentares-youtubers.
É possível perceber que até mesmo os bolsonaristas abaixaram a bola nos últimos dias.
Na Câmara de vereadores do Rio de Janeiro, foi aprovada uma emenda que proíbe parlamentares de ganhar dinheiro com vídeos monetizados em redes sociais.
Já na Alerj, a proposta da deputada Martha Rocha para discutir um projeto para evitar que políticos no exercício do mandato usem dessa prerrogativa para lucrar com vídeos em redes sociais ou utilizem recursos públicos para o mesmo fim, também passou ser debatida na casa.
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Vejam que a antipolítica passou a ser combatida de maneira frontal em dias das principais casalas legislativas estaduais do país.
As delinquências praticadas por Gabriel Monteiro e Arthur Do Val, expoentes da “nova política” foram o estopim para estas reações, algo positivo para o país.
Arthur do Val não será cassado só pela fala asquerosa, mas também pela sua antipolítica.
Basta ver que Fernando Cury, que chegou a apalpar os seios de uma deputada no plenário, o que é muito mais grave, passou impune. Os dois merecem a cassação, mas apenas um deles sabe fazer política.
Menção desonrosa para a defesa de Arthur Do Val no Conselho de Ética da ALESP:
Arthur Do Val disse que não é cassado pelas falas dele, mas sim pelo que ele é.
Mas é aí que está! As falas dele revelam quem ele é!
Também usou a quantidade de comentários em vídeos do Youtube para ancorar a sua defesa, reforçando o qual patético é.
Por fim, eis o saldo da semana:
– Deltan e Janot correndo o risco de ficarem inelegíveis por conta da farra das diárias e passagens da lava lato;
– Arthur Do Val rodando no Conselho de Ética;
– Sucessivos escândalos de corrupção no governo Bolsonaro;
– Gabriel Monteiro e um escândalo sexual envolvendo menores de idade.
ESSA É A NOVA POLÍTICA!
PARABÉNS PARA QUEM APOIOU!!
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