O ser humano nasceu para ser livre. A liberdade de ir e vir, opinar, se organizar, agir, consumir, poupar, construir a vida pessoal, exercer a cidadania é um valor que não tem preço. A liberdade é um sonho que tem valor universal e absoluto em qualquer lugar do mundo. É evidente que o espaço para a manifestação da liberdade sofre diversas interferências e limitações. Afinal, a liberdade de todos nós é plena até o momento que colide com a liberdade coletiva ou individual de outros.
A democracia é a expressão política da busca da liberdade. Nela, nenhum poder é absoluto. No mundo contemporâneo, liberdade e democracia são a regra. É evidente que experiências autoritárias sobrevivem na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela, na Síria ou na Turquia. É verdade também que a democracia contemporânea enfrenta um mal estar coletivo expresso em eventos como a eleição de Trump ou o Brexit. Há um acúmulo de angústias e decepções com os efeitos colaterais da globalização. E um esgotamento claro das formas tradicionais de organização da representação política da sociedade. No Brasil, então, isto se manifesta de forma radical. É preciso ousadia e capacidade inovadora. Reinventar a democracia como expressão institucional do sonho de liberdade. A pior democracia é preferível que a “melhor” ditadura. Simplesmente porque há mecanismos de autocorreção de rumos. Mas se queremos obstruir o caminho daqueles que ameaçam o horizonte democrático, temos que tornar a democracia mais efetiva na resolução dos problemas concretos da vida das pessoas e aproximar o sistema decisório e seus atores da sociedade.
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Na democracia, para que o debate flua, as decisões sejam tomadas e os líderes, escolhidos, são essenciais o processo de comunicação entre todos e o nível cultural, educacional e de informação.
A internet e as redes sociais marcaram uma verdadeira revolução no relacionamento humano, no comportamento social e no processo de comunicação. Há quanto tempo você não recebe uma carta de alguém pelo correio? Como toda inovação, as redes sociais são neutras do ponto de vista moral e valorativo. Podem servir para campanhas humanitárias ou importantes mobilizações sociais, mas também podem se prestar como ferramenta da pedofilia ou do crime organizado. As redes não são, em si, boas ou más. O uso e o comportamento dos usuários é que define a qualidade. As redes levam à exposição excessiva, à “morte” da privacidade, ao mascaramento da solidão. Mas as redes podem ser instrumentos poderosos na reinvenção da democracia. Não é impossível imaginar, daqui a algumas décadas, o exercício de uma democracia virtual direta.
Mas, para que as redes cumpram um papel positivo, é preciso amadurecer uma postura coletiva de compromisso com a verdade, com a ética e contra a intolerância. As redes podem se tornar um campo de guerra selvagem e burra, ou uma ferramenta preciosa de exercício da liberdade e da cidadania. Depende de nós!
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