Depois de muita dor, mas também de muita pesquisa científica, já se sabe um bocado sobre este organismo tão agressivo, e que tantas mortes espalhou pelo planeta.
A parte fisiológica parece exaustivamente descrita: seu tamanho, formato, constituição, sua forma de atuar, de se reproduzir, de se espalhar, de interagir com o meio.
Também os meios de prevenção estão dados, sejam os comportamentais, sejam aqueles que exijam alguma barreira de proteção, externa, ou inoculada.
O que não parece claro é o que ocorrerá daqui por diante em relação a esse organismo: será mais ou menos destrutivo? Ocupará outros hospedeiros? Avançará sobre outras espécies?
Embora já tenhamos progredido muito até aqui, a partir de aprendizados empíricos e científicos, as perspectivas não parecem animadoras.
Ora, até aqui, via de regra, as espécies identificadas e catalogadas na natureza sempre tenderam a alguma forma de equilíbrio com o meio.
Leia também
Todas, menos uma: aquela referente ao organismo sobre o qual escrevo desde o primeiro parágrafo deste texto. Organismo também conhecido como… ser humano.
Lá fora, nem bem se derrotou o coronavírus, estourou uma guerra que já “terra-arrasou” o segundo maior país da Europa, e colocou o primeiro sob sanções econômicas equivalentes ao seu tamanho geográfico (sem prejuízo de outras guerras igualmente em curso, e não alcançadas pela indignação nossa de cada dia).
Deste lado do globo, em terras brasileiras, as muitas formas de devastação em curso, de tão insidiosas, devem parar no banco dos réus da Suprema Corte, no julgamento do chamado Pacote Verde, que avalia temas como desmatamento da Amazônia, freios do governo federal ao Ibama e outras “boiadas passantes”.
Não. Este não é um texto sobre o coronavírus. É sobre “algos” e “alguéns” que detêm muito mais tempo de estrada no ofício de devastar e matar.
O que se sabe sobre o tal coronavírus? Uma porção de coisas.
O que se sabe de nós, seres humanos, e nossa gigantesca capacidade/pulsão de destruir? Talvez, apenas que precisamos deixar de ser a pandemia do mundo.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br.
Deixe um comentário