O motor do processo de desenvolvimento no século XXI é o conhecimento, a capacidade de inovação e o empreendedorismo. O elemento dinâmico no mundo contemporâneo se transferiu para a capacidade de um país inovar através do desenvolvimento científico e tecnológico. O Brasil vem perdendo o bonde da História não só em relação aos países desenvolvidos, mas também a países emergentes como China e Coreia do Sul.
Foi no sentido de compreender melhor o tamanho do desafio brasileiro que participamos da Missão Oficial do Congresso Nacional, a convite do Instituto das Américas e do Wilson Center Brazil Institute, em San Diego e Washington, nos Estados Unidos, de 29 de março a 3 de abril. Foram dois senadores e sete deputados de seis diferentes partidos políticos.
Conhecer a experiência do país mais dinâmico e inovador de todo o mundo foi extremamente positivo para entendermos nossas potencialidades e os gargalos que impedem um melhor desempenho do Brasil no setor.
Na Califórnia, podemos perceber ao vivo e a cores como San Diego e sua região, vocacionadas para o turismo e uma das principais bases militares dos EUA, conseguiram induzir, a partir da Universidade da Califórnia (UCSD), um grande e dinâmico polo de desenvolvimento tecnológico. O diálogo com o reitor da UCSD e com diversos executivos foi essencial para refinarmos nossa percepção do quanto estamos atrasados na criação do ecossistema adequado para a integração entre governo, iniciativa privada e academia, na transformação do conhecimento inovador em mola propulsora do desenvolvimento. E como a biodiversidade, uma das potencialidades visíveis do Brasil, pode ser uma fonte inesgotável de soluções.
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O contato com pós-doutorandos e cientistas brasileiros que desenvolvem seus estudos e pesquisas lá foi esclarecedor para visualizarmos com clareza nossos erros e acertos. Ficou claro que o Brasil hoje não é atrativo para jovens cientistas inovadores brasileiros que romperam as fronteiras. E o quanto ainda é preciso caminhar na valorização dos pesquisadores. E como se faz necessário ampliar geometricamente o número de brasileiros se qualificando no exterior.
As visitas ao Instituto J.Craig Venter, ao Centro de Pesquisa e Incubação de Startups da Janssen (Johnson & Johnson) em San Diego e à fábrica de biológicos da Astrazeneca, em Maryland, ensinaram como precisamos quebrar muros e preconceitos, melhorar o arranjo institucional e financeiro e modernizar os marcos legais e regulatórios do setor. Em todos os pontos encontramos brasileiros cheios de sonhos e potencial.
PublicidadeCulminamos a missão com uma reunião no Departamento de Estado Americano. Não só o nosso gap tecnológico ficou evidenciado, mas também que as relações Brasil/EUA andam meio fora dos trilhos.
Todos os indicadores do setor nos são desfavoráveis. Trabalhar uma agenda profunda de mudanças mais do que um desejo é uma imperiosa necessidade.
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