Após o desentendimento de informações na cúpula do União Brasil sobre a possível desistência de candidatura do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o presidente Luciano Bivar afirmou que o partido ainda tentará emplacar uma candidatura própria para a presidência em 2022.
“O União Brasil vai ter um candidato próprio nas eleições do próximo ano. Pode não ser o Mandetta porque ele está em dúvida, mas nós teremos um nome”, disse Bivar ao Congresso em Foco.
No entanto, o presidente da futura sigla diz que ainda é cedo para apontar os nomes disponíveis ao partido.
Além do ex-ministro, o partido contava com outros dois nomes para a corrida eleitoral: Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional e Datena, apresentador. Porém, ambos seguiram em direção ao PSD. Pacheco ainda não se declara candidato ao Planalto, enquanto Datena pretende tentar uma vaga no Senado.
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Angústia de Mandetta
Durante um jantar na terça-feira (22) entre Mandetta e lideranças do União Brasil, o ex-ministro da Saúde sinalizou que estaria traçando sua candidatura como senador pelo Mato Grosso do Sul. Luciano Bivar, Antônio Rueda, o secretário-geral da nova legenda, ACM Neto, e o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) estavam presentes na ocasião.
Publicidade“Ele queria tomar uma definição para a vida partidária dele no Mato Grosso do Sul. Nós não o questionamos e vimos como desistência”, disse o presidente da futura sigla.
Na última quinta-feira, Mandetta veio a público esclarecer que seu nome continuava à disposição do partido.
Eu sempre disse que posso ser candidato ou posso apoiar outro candidato. Mas jamais desistirei do Brasil. MÉDICO NÃO ABANDONA PACIENTE. Meu nome continua à disposição. A fusão de DEM/PSL vai amadurecer. O que realmente precisamos debater são ideias, com transparência e humildade
— Henrique Mandetta (@mandetta) November 25, 2021
Aliança com Moro
Apesar do entusiasmo da cúpula da União Brasil com a candidatura do ex-juiz Sergio Moro, o presidente Bivar vê que ainda não é o momento de compor apoio a outros candidatos que não sejam do próprio partido.
“Estamos conversando com Moro. Temos simpatia com ele, mas também temos simpatia com o Bruno Araújo e nem por isso vamos ter aliança com o PSDB. A mesma coisa com a Simone Tebet. Todos somos políticos e todos temos que trocar ideias”, disse.
Novo partido
União Brasil é o resultado da junção de dois partidos: DEM e PSL, antiga sigla do presidente Jair Bolsonaro. Uma vez unidos, o presidente do PSL, Luciano Bivar, ficou também com a diretoria da nova sigla. ACM Neto, presidente do DEM, abriu mão do cargo para sair como candidato a governador da Bahia.
Apesar de ter dirigentes ex-aliados de Bolsonaro em 2018, o novo partido também diz que não prevê estar junto do presidente nos palanques de 2022. “Não temos possibilidade de estarmos juntos em um palanque. As pautas se bifurcaram e não temos mais alinhamento”, afirmou.
Entusiastas à reeleição do presidente Bolsonaro deverão deixar a sigla quando abrir a janela partidária – período de mudança de partido – para seguir o chefe do Executivo.
Nas eleições de 2022, o partido concentrará verba superior a R$ 1 bilhão em fundos eleitoral e partidário.
A legenda também vai reunir a maior bancada da Câmara dos Deputados, quando homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dirigentes preveem a eleição ou reeleição de pelo menos 70 deputados e 16 senadores.
Outro foco do União Brasil são estados. O partido mira eleger em torno de 12 governadores no país. Entre eles, também alguns à reeleição: Ronaldo Caiado, no Goiás e ACM Neto, na Bahia.
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