Rudolfo Lago
Pesquisas eleitorais não são capazes de acertar com precisão o resultado de uma eleição. Se fosse assim, elas poderiam até substituí-las. Elas, porém, indicam a tendência do momento. Ajudam a compreender os movimentos feitos pelos eleitores e a percepção que eles têm do jogo político na ocasião.
A campanha presidencial que terminará hoje (31), depois que as urnas eletrônicas forem lacradas após as 18h, começou na verdade há mais de três anos, quando o presidente Lula resolveu que sua candidata à sucessão seria a então ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Iniciou-se, então, um processo de superexposição da eleita de Lula. Batizada por ele de “mãe do PAC”, Dilma tornou-se a escolhida pelo governo para dar todas as boas notícias. Ao lado de Lula, ela aparecia em todos os eventos e inaugurações possíveis. De total desconhecida, cresceu com a popularidade do presidente. Tornou-se, como passou a ser chamada no Nordeste, a “mulher do Lula”.
Enquanto isso, José Serra despontava como o candidato natural das oposições. Adversário de Lula em 2002, depois da derrota de Geraldo Alckmin nas eleições de 2006, era apontado como o nome ideal para derrotar o candidato do governo. Afinal, Lula não disputaria a eleição. Enquanto Dilma era desconhecida, ninguém no país tinha mais “recall” do que ele. Adotando uma tática no início que recomendava o mínimo de movimento para não cometer erros e perder votos, Serra desmontou internamente a ação de Aécio Neves, que sugeria uma prévia no partido para a escolha do candidato à Presidência. O movimento para afastar Aécio, porém, custou a Serra sequelas internas no PSDB. Aécio só entrou de fato em sua campanha no segundo turno.
E Marina Silva entrava na disputa pelo PV para contrariar a vontade de Lula, que queria uma eleição plebiscitária, polarizada entre sua candidata e o candidato da oposição. Com quase 20 milhões de votos, Marina ajudou a levar a eleição para o segundo turno.
Ainda que tenham errado no primeiro turno, quando apontavam que o mais provável era uma vitória de Dilma logo na primeira volta, os institutos de pesquisa acompanharam todos esses movimentos. Se não acertaram totalmente, apontaram tendências. Já mostravam, por exemplo, que Marina crescia às vésperas da votação no dia 3 de outubro.
Abaixo, o Congresso em Foco mostra os principais capítulos da construção das candidaturas que hoje disputam o segundo turno, desde a invenção de Dilma por Lula. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) realiza pesquisas periódicas medindo o que chama de Índice de Satisfação da População. Assim, essas são as únicas pesquisas, realizadas pelo Instituto Sensus, que cobrem todo esse período. Por isso, foram usadas para pontuar os principais movimentos de cada campanha. Elas ajudam a mostrar como Dilma cresceu com a tática de superexposição utilizada pelo governo, bem antes do início da campanha. E também como Serra trabalhou para se manter como a principal referência da oposição, mantendo suas chances eleitorais até o final.
Veja abaixo todos os capítulos da novela eleitoral de 2010:
Abril de 2007
Diante da disputa pesada entre as tendências do PT, que brigavam por uma candidatura de Marta Suplicy ou Tarso Genro, Lula começa a construir a alternativa Dilma Roussef. Oriunda do PDT, sem maiores ligações com os grupos petistas, Dilma, na avaliação de Lula, seria alguém que iria pairar entre as tendências. Como uma escolha sua, a candidatura, acreditava ele, acabaria assimilada por todos. Mas os petistas inicialmente desconfiaram das possibilidades de Dilma, que nunca disputara uma eleição.
Outubro de 2007
As primeiras pesquisas parecem confirmar o temor petista. A CNT/Sensus faz, pela primeira vez, uma sondagem para a sucessão de Lula em 2010. Numa lista em que aparecem 22 diferentes possíveis candidatos, Serra é o primeiro, com 12,7%. Dilma é apenas o 15º nome na preferência do eleitorado, com somente 0,7%. Além de Serra, ela está atrás de Aécio Neves, Ciro Gomes, Heloisa Helena, Fernando Henrique Cardoso, Marta Suplicy, Sérgio Cabral, Tarso Genro, Roberto Requião, Cristovam Buarque, Pedro Simon e Cesar Maia. O nome de Marina Silva não era sequer cogitado.
Dezembro de 2007
Escolhida Dilma como sucessora, o presidente Lula torna Dilma o arauto de todas as boas notícias do governo. É neste momento que Dilma ganha também o que seria um dos seus principais cabos eleitorais: o pré-sal. O governo anuncia a descoberta da megajazida de petróleo, que passaria a ser anunciada então como a redenção do país, o início de um processo que transformaria o Brasil numa superpotência energética. Dilma passa a aparecer em todas as inaugurações, em todos os eventos ao lado de Lula. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admite que tudo indica que Lula está, de fato, testando Dilma como sua sucessora.
Janeiro de 2008
A crise dos cartões corporativos atinge seu auge no governo. Descobre-se que ministros e auxiliares do governo usavam os cartões para despesas particulares. Por conta da crise, a ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, vê-se obrigada a pedir demissão. Então favorito nas pesquisas, Serra adota uma tática de se manter distante das polêmicas. Deixa ao PSDB a tarefa de bater no governo e preserva-se, imaginando que assim não perderá espaço.
Fevereiro de 2008
Enquanto administra a crise dos cartões, o governo trata de manter a superexposição de Dilma. E, com isso, ela entra, embora ainda timidamente, no cenário da sucessão presidencial. Serra, dono dos melhores índices de intenção de voto, mantém sua tática de moderação. Sua estratégia é manter sua vantagem, evitando lances que possam comprometê-lo. E, ao mesmo tempo, administrar a disputa interna no PSDB, diante do crescimento das pretensões do governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Na rodada da pesquisa CNT/Sensus, Serra aparece com 38,2%, e Dilma com 4,5%.
Marco de 2008
A crise dos cartões chega em Dilma. Descobre-se que a Casa Civil prepara um dossiê com informações sobre os gastos pessoais do então presidente Fernando Henrique Cardoso e de sua mulher, Ruth Cardoso. A ideia era fazer um contraponto às informações que eram publicadas com os gastos com cartões corporativos. A oposição adota o discurso de que a pesquisa sobre os gastos do ex-presidente era uma clara utilização das estruturas de poder para fazer política. O episódio, explorado pela oposição, causa desgaste a Dilma. E surge pela primeira vez um personagem que se tornaria importante na trajetória eleitoral da candidata petista. A secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, é apontada como a responsável pela feitura do dossiê.
Abril de 2008,
Apesar do episódio do dossiê dos gastos de Fernando Henrique, Dilma sobe na rodada seguinte da CNT/Sensus, divulgada em abril de 2008. Ela aparece com 6,2%. Serra segue líder com 36,4%.
Maio de 2008
A oposição consegue levar Dilma para prestar depoimento sobre a história do dossiê sobre os gastos de Fernando Henrique na comissão de Infra-Estrutura do Senado. Dilma admite o levantamento dos dados, mas afirma que eles não compunham um dossiê. Eram parte de um levantamento mais extenso, sobre o uso de cartões corporativos no atual governo e no governo anterior. A oposição a cerca, mas o senador José Agripino Maia (DEM-RN) comete um erro grave na abordagem à então ministra da Casa Civil. Lembra que ela mentira quando esteve presa durante a ditadura para proteger companheiros. Assim, poderia também estar mentindo naquele momento. “Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador”, responde Dilma. Agripino vê-se obrigado a pedir desculpas a Dilma pela abordagem infeliz. É também em maio que Marina Silva deixa o Ministério do Meio Ambiente, desgastada com Dilma Roussef e com o então ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger.
Junho de 2008
Nova denúncia desgasta Dilma. Afastada por causa do caos aéreo, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil Denise Abreu diz, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a Casa Civil a pressionara para tomar decisões favoráveis à venda da Varig e da Varig-Log.
Setembro de 2008
A pesquisa CNT/Sensus mostra uma subida de ambos os candidatos. Serra tem 38,1% das intenções de voto; Dilma aparece com 8,4%.
Dezembro de 2008
A crise econômica mundial atinge seu auge. E o Brasil consegue manter-se à margem dela. Como disse o presidente Lula, o “tsunami” chegou ao país como “marolinha”. Em entrevista, Lula desconversa sobre a escolha de Dilma como sua sucessora. Diz que nunca falou com ela sobre a hipótese de ser a candidata à sua sucessão. Segundo Lula, ele teria apenas “insinuado” a hipótese. Começa uma especulação de que o presidente estudava alternativas diante do baixo desempenho de Dilma nas pesquisas. A principal dessas alternativas seria o deputado Ciro Gomes, do PSB. Serra, na CNT/Sensus aparece com 46,5% das intenções de voto. Mas Dilma cresce também: tem 10,4%.
Fevereiro de 2009
Aécio Neves entra para valer na disputa interna com Serra para ser o candidato do PSDB e da oposição à Presidência. Sugere a realização de uma prévia no partido para a escolha do candidato. Serra, favorito em todas as pesquisas, recusa a sugestão e trabalha internamente para evitá-la. Para os tucanos ligados a Aécio, foi o maior erro cometido pelo PSDB. A prévia geraria fatos ao longo de 2009, que serviriam para contrapor os fatos criados pelo governo, que, intensificando obras e inaugurações, continua gerando a superexposição de Dilma para torná-la conhecida do eleitorado. Uma tática que parece começar a dar resultados. Em janeiro, a rodada da CNT/Sensus indica uma queda de Serra para 42,8%, e um crescimento de Dilma para 13,5%.
Março de 2009
Serra reclama que Aécio e Dilma estão “antecipando a sucessão presidencial”. Para ele, que era então o franco-favorito para a sucessão de Lula, era mesmo um incômodo. O tucano tentava, então, de todas as formas, evitar fatos que pudessem alterar o quadro, que o favorecia. Na rodada da CNT/Sensus, ele volta a crescer: atinge 45,7%. Mas Dilma cresce também, chegando a 16,3%.
Abril de 2009
Em entrevista, Dilma admite que tem um câncer. Ela informa que está se submetendo a tratamento quimioterápico para tratar um linfoma, um câncer no sistema linfático. Durante todo o ano, ela se submeterá a tratamento. Perderá os cabelos. Usará peruca até dezembro. Sua saúde, porém, não parece comprometer seu desempenho eleitoral.
Maio de 2009
Serra estréia seu perfil no Twitter. A desenvoltura do tucano diante da nova ferramenta será um de seus trunfos a partir de então. Dilma só começa a tuitar depois que se torna oficialmente candidata à Presidência, já em meados de 2010. Mas a diferença de Serra para Dilma continua caindo. Uma pesquisa do Datafolha divulgada na ocasião mostra que a vantagem de Serra caíra 8 pontos percentuais com relação a uma pesquisa anterior, de março. A diferença, que era de 30 pontos, passava a ser de 22. Serra tinha, no Datafolha, 38%, e Dilma, 16%. A CNT/Sensus também indica a queda: Serra com 40,4%, e Dilma com 23,5%.
Agosto de 2009
O PT trabalha para evitar que o escândalo dos atos secretos do Senado leve à deposição de José Sarney da presidência do Senado. É o mote para que a senadora Marina Silva saia do PT e filie-se ao PV, para ser candidata à Presidência pelo partido.
Setembro de 2009
A rodada de setembro da CNT/Sensus mostra nova queda de Serra e nova subida de Dilma: 39,5% para Serra, contra 19% para Dilma.
Outubro de 2009
A oposição mostra desconforto com a tática de superexposição de Dilma. Acusam Lula e Dilma de propaganda eleitoral antecipada em uma viagem ao Nordeste para visitar obras do projeto de transposição das águas do rio São Francisco. No PSDB, começa uma pressão para que Serra comece também a criar fatos de campanha para não deixar Dilma sozinha.
Novembro de 2009
Serra volta a cair, de acordo com a CNT/Sensus. Ele agora tem 31,8%, e Dilma tem 21,7%. Em resposta à queda que verifica nas pesquisas, Serra diz que, se eleito, manterá o programa Bolsa Família. Em almoço, os presidentes do PSDB e do DEM pressionam Serra a definir sua candidatura para evitar novas quedas. “É melhor assumir logo isso”, sugere o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Dezembro de 2009
Aécio Neves informa que está fora da disputa com José Serra pela candidatura à Presidência pelo PSDB. Anuncia que será candidato ao Senado, descartando também a hipótese de ser vice de Serra. A decisão incomoda Serra, que àquela altura ainda evitava posicionar-se oficialmente como candidato. Aécio força, assim, Serra a tomar uma posição. A decisão também o afastará da campanha de Serra, ao qual só se engaja de fato no segundo turno.
Janeiro de 2010
A saída de Aécio do jogo eleitoral, porém, faz Serra subir na primeira rodada da CNT em 2010. Ele obtém 33,2% das intenções de voto. Mas Dilma sobe também: tem 27,8%.
Março de 2010
Pela primeira vez, Serra admite candidatura à Presidência. Escolhe uma forma inusitada para isso, sem atos formais, sem comícios: uma entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes. No final do mês, tanto ele como Dilma desincompatibilizam-se para disputar as eleições. A disputa entre os dois agora é oficial.
Abril de 2010
O PSB retira o apoio à candidatura de Ciro Gomes à Presidência. A decisão sacramenta o plano de Lula, de concentrar toda a força em Dilma, para forçar uma eleição polarizada entre ela e José Serra.
Maio de 2010
Programa político do PT centra-se em Dilma. O presidente Lula aparece no programa no dia 13 de maio exaltando a candidata. Na sequência, o presidente será punido algumas vezes com multas por fazer campanha antecipada de sua candidata. Na primeira rodada da CNT/Sensus com os candidatos já assumidamente em campanha, Dilma aparece pela primeira vez na frente de Serra. Ela tem 35,7% contra 33,2% de Serra.
Início de junho de 2010
Uma pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) também mostra Dilma à frente de Serra. Ao comentar a pesquisa, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro diz: “Dilma está acertando, e o Serra precisa fazer alguma coisa”. No dia 13 de junho, a convenção do PT oficializa a candidatura de Dilma à Presidência.
Final de junho de 2010
O PSDB resolve que o candidato a vice de Serra será o senador Alvaro Dias. Começa a consultar seus parceiros, mas comete o erro de deixar seu principal aliado, o DEM, para o fim. Após ser consultado, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anuncia em seu Twitter que o senador paranaense será o vice de Serra. O anúncio provoca forte reação do DEM, que ameaça romper a aliança com o PSDB. No dia 30 de junho, data da convenção para oficializar a aliança, há um impasse sobre o nome do vice de Serra. O DEM adia o final da sua convenção para negociar com o PSDB uma solução. Na última hora, Alvaro Dias é dispensado, e anuncia-se que o vice de Serra será o deputado Índio da Costa (RJ).
Julho de 2010
Lula reclama das punições da Justiça eleitoral, em comício com Dilma no Rio de Janeiro. “Há uma premeditação para me tirarem da campanha política para não permitir que eu ajude a companheira Dilma”, afirmou o presidente. “O que eles querem é me inibir para eu fingir que não conheço a companheira Dilma. É como se eu pudesse passar perto dela e eu passar de costas viradas e fingir que não a conheço”.
Agosto de 2010
No início do mês, a pesquisa CNT/Sensus mostra Dilma com 41,6% e Serra com 31,6%. Uma nova rodada é feita no final do mês, mostrando Dilma com 46% e Serra com 28,1%. É também em agosto que as notícias sobre a quebra de sigilo da filha de Serra, Verônica, e de outros tucanos, começam a ganhar os jornais.
Setembro de 2010
Dilma está com 50,5% na CNT/Sensus contra 26,4% de Serra. O Ibope mostrava, no dia 4 de setembro, Dilma com 51% e Serra com 27%. As pesquisas, porém, começam a mostrar também o crescimento de Marina Silva. No final de setembro, a rodada da CNT/Sensus mostra Dilma com 47,5%; Serra com 25,6%, e Marina subindo de 8,9% para 11,6%.
Início de outubro de 2010
O crescimento de Marina de fato leva as eleições para o segundo turno. Ela obtém quase 20 milhões de votos (19,3% do total). Dilma faz 49,3% dos votos válidos, e Serra 32,6%. O inesperado segundo turno para o PT desorienta no início a campanha de Dilma, e empolga os aliados de Serra. A percepção de que temas ligados a questões morais e religiosas poderiam tirar votos de Dilma faz com que Serra introduza, a partir da pressão de grupos religiosos ligados à Igreja Católica e a igrejas evangélicas, os temas do aborto e do casamento homossexual no debate. Dilma aceita os temas, e passa a apresentar de forma mais forte também seu lado religioso. Ambos os candidatos saem em busca dos votos de Marina Silva. Mas o PV anuncia que ficará neutro com relação ao segundo turno, uma estratégia para se manter como alternativa para as próximas eleições. Na primeira pesquisa após o segundo turno, a CNT/Sensus mostra Dilma com 52,3% e Serra com 47,9%, uma situação próxima do empate técnico.
Final de outubro de 2010
Os dois candidatos fazem no segundo turno uma campanha agressiva, com trocas intensas de acusações. Dilma traz para a campanha o tema das privatizações, que derrubou Geraldo Alckmin na disputa com Lula em 2006. Numa caminhada no Rio, militantes do PT tentam impedir uma caminhada de Serra. O episódio gera uma polêmica depois que Serra diz ter sido agredido. Segundo ele, um militante petista teria acertado sua cabeça com um rolo de fita crepe. O PT diz que foi apenas uma bolinha de papel. Na avaliação do cientista político José Luciano Dias, as discussões morais, sobre aborto e casamento de homossexuais, podem ter dado um fôlego a Serra no início, mas acabaram por tirar votos dele no final. Rodada anunciada no dia 25 de outubro da CNT/Sensus mostra Dilma com 51,9% e Serra com 36,6%. Na véspera da eleição, a última rodada do Sensus em encomenda da CNT mostrava Dilma com 57,2% e Serra com 42,8%.
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