Integrantes do PSDB e dos partidos que se aliaram aos tucanos na corrida presidencial votaram quase sempre juntos e a favor de projetos apoiados pelo governo no Congresso após a chegada do presidente Michel Temer (MDB) ao poder, há dois anos, informa a Folha de S.Paulo.
Segundo levantamento feito pelo jornal nos registros das principais votações do período, as bancadas desses partidos, dos quais cinco se fazem parte do bloco conhecido como Centrão, raramente divergiram da orientação de suas lideranças e do governo. O resultado da pesquisa mostra que há coesão entre todas as nove siglas da coligação de Alckmin.
De acordo com o Banco de Dados Legislativos do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em média 88% dos congressistas do PSDB votaram com o governo desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a posse de Temer.
Entre os oito partidos alinhados com Alckmin (DEM, PP, PPS, PR, PRB, PSD, PTB e SD), o apoio ao presidente variou entre 83% e 89%. Desses, PP, PR, PSD, PRB, PTB e SD fazem parte do Centrão.
De acordo com o cientista político Fernando Limongi, esses partidos vão apoiar o governo que for eleito e o programa que o próximo presidente quiser implantar, seja quem for o vencedor. “Eles não terão como sobreviver se não fizerem parte do governo”, disse à Folha o professor da Universidade de São Paulo (USP). Os partidos do Centrão são conhecidos, em geral, pelo elevado número de parlamentares com problemas na Justiça e por práticas de fisiologismo.
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