Criado em julho de 2002, o site bolsonaro.com.br não está mais sob o controle do presidente Jair Bolsonaro (PL). O domínio do site — endereço utilizado para acessá-lo e mantê-lo — não foi renovado pelo clã do presidente e mudou de dono. O empresário Gabriel Baggio Thomaz adquiriu o site no dia 25 de janeiro deste ano e no último dia 11 de agosto alterou todo o conteúdo do site.
As postagens pró-governo e favoráveis ao presidente deram lugar a diversas críticas a Bolsonaro e seus filhos e arranjadas como uma exposição de arte intitulada “Ameaça ao Brasil”.
O site traz áreas como “plano para subverter o poder”, “corrosão das eleições”, “violência e ódio”, “disseminação da desinformação”, “corrupção generalizada”, “ascensão do neofascismo”, “política da morte”, “enfraquecimento do Estado de Direito”, “aliciação das Forças Armadas”, “subserviência a potências estrangeiras” e “fim da decência”.
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“A estratégia bolsonarista segue o manual neofascista para enfraquecer a democracia”, destaca o site. “Conhecido como a “Tchuchuca do Centrão,” Bolsonaro entregou os cofres do país a políticos corruptos para se firmar no poder, sem deixar de enriquecer sua própria família”, traz a área sobre corrupção generalizada.
Tudo é acompanhado por uma série de imagens cartunescas que retratam Bolsonaro como um demônio; um atirador que dispara vírus da covid-19 com uma metralhadora; uma vaca que amamenta os chefes das Forças Armadas; um cachorro lambendo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; e um beijo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
O site traz no final uma contagem regressiva que se encerra no dia 1º de janeiro de 2023. “Logo poderemos comemorar o fim desta terrível presidência, mas não vamos nos iludir: O bolsonarismo persistirá. A batalha contra o neofascismo deve continuar. Resistiremos, e venceremos”, conclui o site.
A mensagem que aparece no rodapé da página reforça: “Este site não é administrado e nem pertence à família Bolsonaro”.
O Congresso em Foco entrou em contato com o responsável do site pela área de contato, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
O site antes
O site foi criado em julho de 2002 e era utilizado por Bolsonaro e seus filhos Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Em uma captura de tela de novembro de 2002, o site traz o número de Bolsonaro para deputado federal e o de Flávio para deputado estadual. Ambos eram filiados ao Partido Progressistas, uma das bases do chamado Centrão.
Em outra área do site, Bolsonaro trazia uma “colinha” com o número dos candidatos que apoiava para as eleições gerais de 2002. Curiosamente, sua opção para presidente era Ciro Gomes, então filiado ao Partido Populista Socialista (PPS), hoje o Cidadania. Ciro agora é oponente de Bolsonaro na disputa para a presidência da República.
Outra publicação no site, esta de 2004, agradecia os 23.355 votos que Carlos recebeu para vereador naquele ano. Ele foi eleito para o seu segundo mandato e atualmente cumpre o quinto.
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